segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Top 3 de 2011

Nesta secção finalmente retomamos a nossa eleição de melhor filme de ano - mas com um twist, aliás, como no cinema - desta vez, cada crítico elege o seu top 3 e escreve umas quantas linhas, justificando o primeiro lugar da sua escolha. Mais uma vez, bom ano e bons filmes.



David Bernardino:
1 - The Artist (Michel Hazanavicius)
2 - Melancholia (Lars Von Trier)
3 - La Piel que Habito (Pedro Almodóvar)


(Outras menções: Warrior, Super 8, Rango)

O melhor filme do ano é aquele que nos deixa genuinamente felizes ao ver Jean Dujardin numa homenagem francesa às origens de Hollywood num filme mudo que captura todos os clichés e exageros da época. Uma verdadeira delicia estudada e cuidada.


A. M. Feijó:
1 - The Iron Lady (Phyllida Lloyd)
2 - The Artist (Michel Hazanavicius)
3 - La Guerre est Déclarée (Valérie Donzelli)


(Outras menções: Tinker Tailor Soldier Spy, Sangue do meu Sangue e Habemus Papam)

Iron Lady é o epitome da determinação e coragem de uma mulher de armas brilhantemente interpretada por Meryl Streep. Tatcher renasce, elevando um país inteiro e inspirando multiplas manifestações culturais que terão marcado indelevelmente a Inglaterra. Um filme marcante, não pelo que representa mas pelo que homenageia.


Pedro Mourão-Ferreira:
1 - Hugo (Martin Scorsese)
2 - The Artist (Michel Hazanavicius)
3 - Midnight In Paris (Woody Allen)


Apesar de The Artist ser uma obra notável, Martin Scorsese consegue englobar todas as linguagens que o cinema nos pode oferecer, sendo todas elas executadas de forma excepcional. Hugo é um verdadeiro masterpiece.


Pedro Silva:
1 - The Artist (Michel Hazanavicius)
2 - 13 Assassins (Takashi Miike)
3 - The Adventures of Tintin (Steven Spielberg)


(Outras Menções: Girl with a Dragon Tattoo, My Back Page, A Separation)

Mais que um recordar, The Artist é uma homenagem ao cinema mudo, e para algo que se apresenta com um grau técnico tão elevado, não deixa de surpreender o quão comovente é a história. The Artist é um filme único, uma maravilha do seu tempo.


Miguel Patrício:
1 - The Turin Horse (Béla Tarr)
2 - Sketches of Kaitan City (Kazuyoshi Kumakiri)
3 - The Day He Arrives (Hong Sang-soo)

(Outras Menções: The Tree of Life, Outrage)

Com Turin Horse, Tarr assina um grande marco cinematográfico (talvez o marco desta recém-chegada década e da outra passada), com um filme que redescobre o estatuto do que pode ser filmado, do que pode ainda ser descrito interiormente pela câmara, esse objecto abjecto que precisa de constantemente se transcender. Do espectáculo do olho observador passamos às clivagens interiores do sofrimento humano (o diálogo com Nietzsche não é só uma anotação de script), das suas esperanças, dificuldades, salvações num registo que vai das raizes disposicionais e paisagísticas de um Antonioni, levando consigo a austeridade animal (e sacra, mas aqui perversamente ao contrário) de um Balthazar de Bresson, e uma transcendência religiosa (na senda de que todas as religiões são uma mesma inquietação) de um Tarkovsky.

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