Boksuneun naui geot
Título Original: Boksuneun naui geot
Título em Português: Sympathy for Mr. Vengeance
Realizado por: Park Chan-Wook
Actores: Song Kang-ho, Shin Ha-kyun, Bae Du-na
Data:2002
País de Origem: Coreia do Sul
Duração: 129 min.
M/18
Cor, Som
Boksuneun naui geot incia a trilogia de Vingança do realizador coreano Park Chan Wook. Ao contrário do sensacionalismo de Oldboy ou da visão poética e artística de coloração de Chinjeolhan geumjassi, este Simpatia pelo senhor vingança é negro, silencioso, ressentido, bruto e frio. Aliás, a tentativa de evaporar os sentimentos e as emoções é o grande objectivo de Park. Somos confrontados, portanto, com uma grande experiência cinematográfica e, pessoalmente, com a melhor obra do cinema coreano.
A narrativa conduz-nos sempre para o mesmo problema: o dilema moral e a tomada de posições e juízos. Ryu, um surdo-mudo, encontra-se desesperado para salvar a vida da sua irmã, não conseguindo dinheiro para um transplante de orgãos. Sem escolha, ele e a sua namorada terrorista raptam a filha de um abastado negociante de modo a conseguir dinheiro do resgate.
Logo a primeira questão que se nos levanta é se Ryu tem ou não legitimidade de receber o dinheiro do Sr. Park (o "businessman"), salvando assim a vida da sua irmã e entregando em segurança e em paz a menina no resgate. Ora, tudo vai contra os planos, e a filha de Park morre afogada - pedindo ajuda a Ryu, que é surdo-mudo, e nesse momento encontrava-se a dormir, portanto não ouvindo os pedidos de socorro da criança -.
No final, os culpados do assassinato (não voluntário) terão de pagar. Park começa, assim, uma perseguição sem fim, onde a violência e a tortura aliados ao ódio e ao trauma do bem perdido se misturam. Mais uma vez, outra pergunta: Park terá legitimidade de matar os culpados da morte da sua filha? E terão eles a razão do seu lado? De um lado os sentimentos, do outro a razão. E podemos dizer que em Boksuneun naui geot a emoção ocupa e transforma Park num cadáver à procura de sangue e martírio. Só descansará quando levar a sua vingança ao fim.
Neste termo, o próprio conceito de vingança, de dilema moral versus emocional e de perda está mais bem construído do que os restantes episódios da saga. Também o trabalho de câmera, as sequências narrativas quase mudas e as cores e os planos são executadas com perfeição, inserindo-se comodamente na história.
Boksuneun naui geot é tambem bastante violento, mas ao contrário de Oldboy, é violento mas frio. Lembrando muitas vezes, a violência do cinema japonês de Kitano, auxiliando-se de planos fixos e estáticos para explodir em sequências desagradáveis e viscerais. A violência aqui é um meio de expressão do "pagar pelas suas próprias mãos". É ora um acto de punição, ora um acto de sadismo bruto. Veja-se, finalmente, como acaba o filme.
Em resumo, Park agrupa aqui as categorias do melhor filme dos últimos anos: animalização dos seres humanos com poesia e silêncio com cores florescentes e planos refrescantes. A não perder.
A narrativa conduz-nos sempre para o mesmo problema: o dilema moral e a tomada de posições e juízos. Ryu, um surdo-mudo, encontra-se desesperado para salvar a vida da sua irmã, não conseguindo dinheiro para um transplante de orgãos. Sem escolha, ele e a sua namorada terrorista raptam a filha de um abastado negociante de modo a conseguir dinheiro do resgate.
Logo a primeira questão que se nos levanta é se Ryu tem ou não legitimidade de receber o dinheiro do Sr. Park (o "businessman"), salvando assim a vida da sua irmã e entregando em segurança e em paz a menina no resgate. Ora, tudo vai contra os planos, e a filha de Park morre afogada - pedindo ajuda a Ryu, que é surdo-mudo, e nesse momento encontrava-se a dormir, portanto não ouvindo os pedidos de socorro da criança -.
No final, os culpados do assassinato (não voluntário) terão de pagar. Park começa, assim, uma perseguição sem fim, onde a violência e a tortura aliados ao ódio e ao trauma do bem perdido se misturam. Mais uma vez, outra pergunta: Park terá legitimidade de matar os culpados da morte da sua filha? E terão eles a razão do seu lado? De um lado os sentimentos, do outro a razão. E podemos dizer que em Boksuneun naui geot a emoção ocupa e transforma Park num cadáver à procura de sangue e martírio. Só descansará quando levar a sua vingança ao fim.
Neste termo, o próprio conceito de vingança, de dilema moral versus emocional e de perda está mais bem construído do que os restantes episódios da saga. Também o trabalho de câmera, as sequências narrativas quase mudas e as cores e os planos são executadas com perfeição, inserindo-se comodamente na história.
Boksuneun naui geot é tambem bastante violento, mas ao contrário de Oldboy, é violento mas frio. Lembrando muitas vezes, a violência do cinema japonês de Kitano, auxiliando-se de planos fixos e estáticos para explodir em sequências desagradáveis e viscerais. A violência aqui é um meio de expressão do "pagar pelas suas próprias mãos". É ora um acto de punição, ora um acto de sadismo bruto. Veja-se, finalmente, como acaba o filme.
Em resumo, Park agrupa aqui as categorias do melhor filme dos últimos anos: animalização dos seres humanos com poesia e silêncio com cores florescentes e planos refrescantes. A não perder.
Nota:
1 comentário:
Sem dúvida o mais cru e obscuro da trilogia. E também o que melhor cast tem, com um trio absolutamente sensacional! Não diria que é a melhor obra Coreana, porque felizmente ha muita coisa igualmente brilhante mas é sem duvida sensacional!
abraço!
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