sexta-feira, 20 de julho de 2007

Death Proof

Título Original: Death Proof
tulo em Português: Á Prova de Morte
Realizado por: Quentin Tarantino
Actores: Kurt Russel, Sidney Tamiia Poitier, Vanessa Ferlito, Tracie Thom, Zoe Bell, Rosario Dawson, Jordan Ladd, Mary Elizabeth Winstead, Quentin Tarantino, Michael Parks.
Data: 2007
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 127 minutos
M/16Q
Cor, Som











A tarefa de críticar, este filme é deveras ingrata visto que estamos perante uma obra que apenas faz sentido ao ser visualizada. Para facilitar, tentarei dar uma pequena ideia do contexto:
Death Proof é um segmento que juntamente com Planet Terror ,de Robert Rodriguez, compoem a obra Grindhouse.Grindhouse é um tributo destes dois realizadores aos Cinemas Z que nos anos 70 eram os cinemas dos EUA onde eram projectados os filmes interditos, ou seja aqueles que envolvessem Violência, Sexo, etc.
Pelas salas dos cinemas Z passaram filmes de realizadores tão marcantes como John Carpenter (que participa na BSO de Grindhouse) ou Robert Wise.
Neste tributo Tarantino aproveitou a capa dos anos 70 para introduzir no contexto do filme, para além de falhas na imagem e no som, ou mudanças de cor súbitas, tudo o que lhe ocorreu, indiscriminadamente.
A história desenvolve-se seguindo um fio aparentemente normal, mas em Death Proof a história não é mais que um mero adorno contudo indispensável.
As personagens, tal como nos outros filmes se Tarantino possuem individualmente um carácter e carisma próprios, dando-lhes uma vida e poder especial.
Todo o filme, ao estilo dos 70´s apela aos instintos primários do ser humano (essencialmente o masculino), explorando a sensualidade do corpo feminino, o poder dos automóveis ou mesmo o prazer de uma perseguição. Contudo Tarantino desenvolve tudo isto mantendo um estilo inconfundivel aliado a um grande poder visual oferecendo uma nova dimensão dentro da própria dimensão que o filme oferece.
Ainda no que se refere á sensualidade, destaca-se a muito boa exploração dessa vertente, como nunca Tarantino tinha feito nos seus títulos anteriores, através de planos ousados ao estilo dos 70´s muito bem intercalados com as suas marcas próprias de filmagens, como partes neste todo Tarantino conta com o charme de actrizes como Sidney Tamiia Poitier, Vanessa Ferlito, Tracie Thom, Zoe Bell, Rosario Dawson, Mary Elizabeth Winstead.
Pelo meio, os anos 70 misturam-se com a actualidade, surgindo um Ipod em contraste com um Dodge Challenger.
Kurt Russel surge-nos ao estilo de um psicopata texano, que sendo duplo de cinema possui um carro á prova de morte, sendo essa a sua diversão.
Antes que compreendido, Death Proof deve ser visto, disfrutando de planos de realização e fotografia fantásticos bem como de sequencias cénicas impressionantes e marcantes que fazem com que Death Proof se arrisque a ser considerado como a maior obra de Quentin Tarantino.

Nota: 5/5

Outras Notas:
David Bernardino: 5/5
Azevedo:

Pedro Mourão Ferreira:
Miguel Patrício:

2 comentários:

Luís A. disse...

estou ansioso por o ver...ja votaste?

Miguel P. disse...

Death Proof é primeiramente - e como disse alguém - a prova de como o revivalismo se torna vanguarda, nos dias originais- escassos, porventura - de hoje. A reciclagem, melhor dizendo, se muta num conceito de cinema pós-moderno aliado à recusa de qualquer tipo de artística ou intelectualismos. Death Proof é, sobretudo, um elogio à superficialidade, a um sensualismo profundamente embricado num jogo de sexualidades báscias; dominação e submissão. É um tipo de cinema que disseca o mito e o glamour mesmo mantendo sempre um "style" bastante coerente.
Ao mesmo tempo que Tarantino se homenageia (a si) e aos outros - as suas influências: Carpenter, Suzuki , Meyer entre muitos outros - informalizando assim um discurso que se quer rebuscado mas ao mesmo tempo inovador, também se pretende desmontar aquilo a que chamamos de cinema - o apoio sequencial e lógico dos meios audio-visuais. Desta feita, a obra-prima de Quentin (não há Pulp's nem Reservoir's que a consigam mandar abaixo)é, em parte, tanto um meta-filme como um anti-filme. O seu olhar sarcástico, repleto de bílis negra, é o convite para futilidades, para coisas que não deveriam estar lá (diálogos e cenas longas, deliciosas na sua falta de jeito, na falta total de pragmantismo...) e experimentalismos recriativos do passado (perde-se a cor, cortam-se prepositadamente segundos, como se a fita falhasse etc). Há também - e ainda falando deste olhar cínico - uma dismistificação do mascismo na acção e no cinema em forma geral. As mulheres são elas que, no final, vencem o herói (que é, desta feita, um anti-herói)e se assumem, sempre num ambiente erótico, baseado, como já se disse, nas leis do sexo segundo Sade, como verdadeiras heroínas. E quando chegamos a esta conclusão, já não é preciso mais artifícios. Quando um filme pensa demais sobre ele próprio, mas também se renega e se auto-destrói, aquele final (absurdo?) é o final justo para uma película que se quer como aberração, como exercício experimentalista e como fim da arte intelectual. Pois, que venha a superficialidade (sempre irónica), e que nos engula a todos!

Nota: 8/10