domingo, 14 de janeiro de 2007

The Queen

Título Original: The Queen
Título em Português: A Rainha
Realizado por: Stephen Frears
Actores: Helen Mirren, Michael Sheen, James Cromwell
Data: 2006
País de Origem: Reino Unido
Duração: 97 minutos
M/12Q
Cor, Som











Num filme com algum carácter histórico ou político como este, e sabendo-se que o desenrolar dos acontecimentos é razoavelmente sabido por todos, é difícil a tarefa de dar uma nova dimensão ao filme. A forma arranjada para dar a volta a esta situação foi explorar os personagens e o ambiente à sua volta, existindo duas facções antagónicas, representadas por Tony Blair e pela Rainha.
Tony Blair, trabalhista, acaba de ser eleito como primeiro-ministro de Inglaterra, quebrando a senda dos primeiros-ministros conservadores que o antecederam durante muitos anos. A sua popularidade é enorme, visto a sua bandeira eleitoral ser uma modernização nunca antes vista e a sua tenra idade, para o cargo que ocupa. A Rainha Isabel II vê, algo reticente, a tomada de posse por parte de Blair, dado o seu teor conservador e monárquico, face à índole republicana e trabalhista deste. Estas divergências prometem causar alguns entraves, certamente. Mas a morte de Diana Spencer, ex-mulher do Príncipe Carlos, filho da Rainha, e mãe dos seus netos, num acidente de automóvel em Paris, supostamente causado pela tentativa de despiste aos paparazzi, torna esses entraves completamente secundários. Lady Di não era muito bem vista na família real, e um misto de emoções apodera-se da rainha: por um lado, o sentimento de compaixão pelos netos, por outro, a indefinição do que sentia pela morte de Diana. O povo inglês, que a Rainha diz conhecer perfeitamente, chora a morte desta ­“Princesa do Povo”. Segue-se o discurso de Tony Blair, dando as condolências à família real e falando da importância de Lady Di para muitas causas pelas quais lutava, mas a Rainha mantém-se impassível quanto a demonstrar o seu luto publicamente. Aqui, começa o descalabro, com a Rainha a ser acusada de falta de remorso, de alívio até, pelo falecimento da ex-princesa. Os tablóides ingleses criticam a Monarquia em geral quase de forma aberta, o povo, através de sondagens, mostra o seu descontentamento face a esta situação, até se fala no fim da monarquia. E a partir daqui, o modernismo de Tony Blair e o conservadorismo da Rainha terão de se articular para que a imagem desta última não se torne em farrapos. Será posta à prova a barreira entre os interesses da coroa e o apelo do povo.
Penso que o que há de interessante neste filme é as diferenças tão evidentes entre o primeiro-ministro Blair e “Your Majesty The Queen”. O ambiente de trabalho no nº10 de Downing Street é absolutamente informal, Blair é tratado por todos por Tony, para não falar da casa deste, que pela sua desarrumação e pelo seu ambiente familiar nem parece ser de um líder mundial. E também temos a sua mulher, Cherie, anti-monárquica de gema, juntamente com o acessor de Tony no trabalho. Do outro lado, temos a burocracia protocolar da vida quotidiana da Rainha, a luxúria e grandeza com que vivem estes, dentro ou fora de Buckingham Palace, a maneira como são tratados, algo típico do meio monárquico. O moderno e o antigo em confronto. Para além disto, penso que é um filme bastante sereno, sem cenas de acção massivas ou de violência, que seriam completamente desnecessárias, se quisessem, por exemplo, retratar o acidente de Diana. É um filme tranquilo. Quanto às actuações, a de Helen Mirren (Rainha) destaca-se em relação às restantes pelo espelho que é da coroa em geral e da Rainha em particular.

Nota: 3/5

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