domingo, 10 de dezembro de 2006

The Hills Have Eyes

Titulo Original: The Hills Have Eyes
Titulo Português: Terror nas Montanhas
Realizado por: Alexandre Aja
Actores: Aaron Stanford, Emilie de Ravin
Data: 2006
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 107 min
M/18
Cor e Som










Originalmente realizado por Wes Craven em 1977, este remake de The Hills Have Eyes conta-nos uma historia nada original, mas que devido ao seu excelente trabalho no campo da realização se distingue entre os melhores filmes de terror/thriller mais recentes.
Este thriller de cortar a respiração tem inicio quando uma familia americana pacata tenta atravessar o deserto do Novo México de carro, com vista a alcançar o destino das suas férias de Verão. Quando pára para meter gasolina numa estação no meio de nada, o pai da familia e condutor pergunta ao empregado da bomba qual o melhor caminho para chegar ao seu destino. Este empregado indica-lhes então um caminho alternativo e é aí que o terror começa. Após seguir viagem durante algum tempo nessa estrada alternativa, os pneus do carro e sucessiva roulotte são furados e eis a familia presa neste deserto. Não é preciso ser cinéfilo para perceber que este furo foi propositado.
Todavia, a zona onde a familia fica presa(pai, mãe, duas filhas, um filho, o marido da filha mais velha e a sua bebé) é de facto uma antiga zona de testes nucleares, onde residiam na época familias inteiras de mineiros que se recusaram a abandonar as suas terras acabando expostos à radiação. Como seria de esperar, os descendentes destas familias são agora humanos mutantes sedentos por carne humana.
Até aqui o espectador está aborrecido e pensa "lá vou eu ver mais um banho como a Casa de Cera", mas quando o realmente inesperado acontece o espectador não tem outro remédio senão ficar interessado no filme. Em quantos filmes de terror hoje em dia as personagens mais inocentes morrem violentamente? Verdade seja dita em quase nenhum filme, e The Hills Have Eyes vem demonstrar que o poder de surpreender o espectador não foi perdido, e apesar de este ser um remake, podemos dizer que vence o original. O mesmo não podemos dizer de filmes como The Ring ou The Fog.
Resumidamente podemos conferir o enredo deste filme em 3 momentos: a viagem calma até ao furar dos pneus, o ataque à roulotte durante a noite e a busca de Doug pela sua filha bebé raptada pelos mutantes.
Contudo o ponto alto deste filme é a parte técnica. A violência gráfica é tanta que chegamos a pensar em algumas cenas de Hostel. A fotografia é outro ponto alto neste filme. cor que o rodeia é na sua quase totalidade um beije quente e seco que contribui para o desconforto do espectador. O verde acinzentado dos interiores é outra das cores que leva a sensação de claustrofobia ao seu auge e todas estas sensações são levadas a um extremo quando a musica original vai acelerando o ritmo do coração do espectador até ao culminar da cena que supostamente deveria assustar mas que não o faz, acabando apenas por dar continuidade a esse ritmo. A filmagem é outro ponto muito interessante. Este filme não se limita a colocar planos fixos e a colocar personagens nele, antes pelo contrario, é a câmara que segue toda a acção resultando muitas cenas em takes muito longos. A dinãmica da câmara também está muito bem aproveitada quando, por exemplo, Doug percorre os corredores de uma casa abandonada fugindo do seu perseguidor e até quando este, atordoado pelas pancadas sofridas, não consegue abrir bem os olhos e focar bem a imagem. Toda a psicologia das personagens passa então para o espectador que quase as encarna. Em varios momentos do filme o espectador pensa mesmo que esta familia não tem hipotese de sobrevivência à medida que as personagens aparentemente principais vão sendo mortas, e mais não poderei dizer.
Quanto ás actuações é de destacar o papel de Aaron Stanford, que interpretando o papel de Doug,pai da bebé, consegue dar ao espectador uma sensação de simpatia e apoio quando decide enfrentar todos os mutantes para recuperar a sua bebé, acompanhado apenas por um taco de basebol e um pastor alemão.
Há obviamente que ter em conta a violência do filme. Litros de sangue são derramados, pelo que não é aconselhado à maioria do público, mas os fans do género horror/thriller estarão muito bem servidos.
The Hills Have Eyes é um filme acima da média e na minha opinião um dos melhores filmes de terror actuais.

Nota:

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