sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sukiyaki Western Django

Título Original: Sukiyaki Western Django
Título em Português: Sukiyaki Western Django
Realizado por: Takashi Miike
Actores: Hideaki Ito, Masanobu Ando, Koichi Saito, Kaori Momoi, Yusuke Iseya, Renji Ishibashi, Yoshino Kimura, Teruyuki Kagawa, Shun Oguri, Masato Sakai, Quentin Tarantino
Data: 2007
País de Origem: Japão
Duração: 121 min.
M/16Q
Cor, Som







Finalmente meti as mãos no famigerado western de Takashi Miike. Muito se falou sobre o filme e as suas influências, a saber, Yojimbo de Kurosawa e Django de Sergio Corbucci, falou-se de Kill Bill ao contrário (Japoneses prestando tributo ao Ocidente) e alguns outros referiram ainda a desilusão de um Miike a pactuar com o sistema, com soluções fáceis de filme-tributo banal e barato. Se as minhas razões para evitar até aqui Sukiyaki Western Django se prendiam com a inexistência de legendas para um inglês (mal) falado por actores asiáticos, facto é que o filme revelou-se ser a continuidade do desatre iniciado com Like a Dragon: quanto mais "meios" Miike tem, menos liberdade creativa transparece, ficando o filme reduzido a puro exercício de estilo condicionado por personagens insuficientes, acéfalas e obtusas. O que Miike realmente tinha de novo era o subverter as regras dos pequenos budgets, criando mundos delirantes através dessa mesma ética de aproveitamento. Com Sukiyaki o espectáculo dito miikiano esvazia-se, justamente porque quase qualquer um poderia fazê-lo. Mesmo no que o filme tem de diferente e "ousado", actores japoneses a falar um inglês à beira da incompreensão (e que por esse mesmo facto não terem outra escolha senão serem "canastrões") são más as escolhas, e mais nos lembram conveniência do que ousadia (não se percebe nada, mas ao menos fala-se a língua dos cowboys).
E depois há Quentin Tarantino a brincar aos vaqueiros, e cenas de acção coreografadas bastante satisfatórias (principalmente a cena final fordiana na neve), mas todas essas referências, auto-referências frias, nos projectam para um filme insatisfeito e insatisfatório. Simultaneamente querendo ter toque de autor e não tendo (porque o "budget" nao o permite), este Django peca por megalomania. Megalomania do "kitsch" e do pastiche, da ultra-citação pela citação, que aprisionam tudo o resto a uma super-produção sem qualquer esqueleto mas com muito estilo. Que ele há, há.

Nota:
1/5

1 comentário:

Anónimo disse...

Lá diz o ditado, "A necessidade aguça o engenho". Ao contrário, este Sukiyaki Western Django prova que a abundância pode estupidificar até aqueles que temos em mais alta consideração. Esperemos que não volte a cair em projectos aparentemente muito irreverentes mas que acabam por ser um amontoado de banalidades sem qualquer piada!