quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

The Elephant Man

Titulo Original: The Elephant Man
Titulo Português: O Homem Elefante
Realizado por: David Lynch
Actores: Anthony Hopkins, John Hurt
Data: 1980
País de Origem: Reino Unido/Estados Unidos
Duração: 124 min
M/16
Preto e Branco, Som










"He's the freakest among the freak. He's a monster! Do not fear ladys... I have absolute power over him! I present you... THE ELEPHANT MAN!". E assim começa mais um sórdido e perverso espectáculo do homem elefante.
The Elephant Man é um filme perturbante. Demasiado perturbante até. No entanto é um filme excepcionalmente tocante. A par de The Green Mile, The Elephant Man consegue levar o espectador a sentir uma pena extrema da sua personagem central. John Merrick é um ser humano com inúmeras deficiências físicas, ao ponto de parecer um monstro. Para se deslocar necessita de se cobrir com um sobretudo e um saco na cabeça e um chapéu. Merrick(John Hurt) é explorado e mal tratado por um escroque que o apresenta em espectaculos nocturnos de rua e durante o dia o mantém escondido, nú e acorrentado. É inimaginável o sofrimento que esta pessoa sentiu durante toda a sua vida.
Apercebendo-se da existência deste indiscritivel homem, o médico Frederick Treves(Hopkins) procura investiga-lo e vai até ao local onde é mantido pelo seu infâme explorador. Apercebendo-se da sua condição, Treves exige que Merrick seja visto por um médico. O explorador resiste mas acaba por ceder. No dia seguinte Merrick surge no Hospital no já referido disfarce e Treves apressa-se a ir buscá-lo e levá-lo para o seu gabinete. É aqui que Lynch coloca uma grande questão. Sabendo que o espectador quer ver o "monstro", Lynch pergunta-nos se seremos diferentes de todas as pessoas que assistiam ao espectaculo do Elephant Man nas ruas, pagando para ver o animal e para se horrorizarem. A psicologia do espectador é explorada paralelamente com a de Treves. Este tenta curar Merrick, mas não deixa de o olhar de forma grotesca no seu interior. O mudo e aparentemente irracional Merrick esconde-se dentro de si de toda a maldade dos homens. É a discriminação levada ao extremo. É um homem contra o Mundo. Mais tarde, apercebendo-se que Treves é seu amigo, Merrick começa a falar e revela uma personalidade humilde, bondosa e muito inteligente. Não o podendo curar, Treves apresenta Merrick aos seus colegas da medicina que veêm em Merrick um caso único de anatomia humana, que estudada correctamente poderia trazer novas descobertas para a Ciência. Mais uma vez, será que Treves é assim tão diferente dos populares que assistiam aos espectaculos de rua? É essa a questão colocada pela esposa de Treves. Reconhecendo que esta tem razão, Treves procura oferecer a Merrick a oportunidade de recuperar a vida que na verdade nunca teve. Fornece-lhe por isso o ultimo quarto do Hospital para morar, roupas, livros e apresenta-lhe personalidades que Merrick sempre desejou conhecer. Merrick aproveita sempre que conhece alguém para lhe mostrar a foto da sua mãe, uma mulher bela e jovem de quem nunca mais obteve notícias.
The Elephant Man passa-se na década de 30 e por essa razão Lynch leva a cabo uma ideia de mestre: realiza o filme com a mesma qualidade de imagem dos anos 30: um preto e branco muito bonito. A passagem entre cenas é feita da forma mais simples: uma passagem directa para a cena seguinte. Não existe trabalho de montagem complexo. As musicas são raras e quando existem tentam provocar o espectador, que já indignado ou feliz com aquilo a que está a assistir vê a sua emoção a ser levada ao extremo.
The Elephant Man é um grande filme que tive a sorte de apanhar na televisão tarde e más horas e que captou de imediato o meu interesse. No final pensei para mim mesmo: como é possivel um filme tão bom, com interpretações tão boas ser quase desconhecido nos dias de hoje? Ao inicio a sensação de ver um filme a preto e branco com Anthony Hopkins parece estranho, mas rapidamente verificamos mais uma vez a genialidade e mestria de David Lynch.

Nota:

6 comentários:

Anónimo disse...

este filme está mais actual agora do que quando foi filmado.
A importancia da beleza é agora maior que nunca,e tornou se cada vez mais um factor decisivo

Anónimo disse...

o filme é bastante conheçido

Anónimo disse...

pois é, 8 nomeações para oscar

Anónimo disse...

Nunca vi este filme mas por akilo k contas parece ser uma obra prima k tem obrigatoriamente de ser vista.

Anónimo disse...

excelente critica! a melhor ate agora

Anónimo disse...

a melhor critica