domingo, 28 de janeiro de 2007

O Homem que Copiava

Título Original: O Homem que Copiava
Título em Português: O Homem que Copiava
Realizado por: Jorge Furtado
Actores: Lázaro Ramos, Leandra Leal, , Luana Piovani, Pedro Cardoso
Data: 2003
País de Origem: Brasil
Duração: 123 min.
M/12Q
Cor, Som









É sempre agradável presencear filmes que fazem a metamorfose de inúmeros géneros e que, por este mesmo facto, ultrapassam fronteiras na arte de contar histórias que é o cinema. O Homem que Copiava, realizado por Jorge Furtado, é uma dessas raras pérolas que valem pelos inigualáveis e infinitos pormenores, pelas personagens únicas e hilariantes, e pela narrativa em si. Na verdade, a história só por ela é ínsipida. O que conta neste nosso filme brasileiro é, sem a menor das dúvidas, a maneira como se conta. Existem cortes elípticos, monólogos do personagem principal filosofando acerca de si e do mundo, cenários e tiradas fenomenais e momentos de humor de situação que valem a pena serem comparados ao nosso cómico tradicional d' A Canção de Lisboa ou O Leão da Estrela entre outros.
André, rapaz com poucas condições económicas, apaixona-se por Sílvia, sua vizinha, espiando-a com um par de binóculos. Tentando-se aproximar mais e mais dela, André conhecera o seu destino por amor: copiar dinheiro de modo a impressiona-la.
Esta sinopse é bastante simplista, pois as reviravoltas são sempre inesperadas e as situações que André se submete, além de serem dificilimas de se expressarem em palavras, são no mínimo originais e mágicas.
As actuações são óptimas e Lázaro Ramos merece uma ovação em conjunto pela sua prestação que tanto nos faz sorrir como sentir e sensibilizar. Também aproveito para realçar as personagens de Marinês e Cardoso, representando a comédia mais apurada de todas, que não é a graça americana generalizada e banal dos filmes de Hollywood. Aqui há mais do que graça. Existe caricatura, e isto perde-se no cinema americano.
Se gostaram do "Le Fabuleux destin d' Amélie Poulain" - a grande (e talvez única) influência d'O Homem que copiava - então não percam esta paródia tão imaginativa e sonhadora, tão humana e tão engraçada que Jorge Furtado, felizmente, criou, juntando assim a esse diamante francês de Jeunet, uma obra-prima genuína brasileira.

Nota: 3/5

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