quarta-feira, 18 de julho de 2007

Chocolat

Título Original: Chocolat
tulo em Português: Chocolate
Realizado por: Lasse Hallström
Actores: Juliette Binoche, Alfredo Molina, Judi Dench, Johny Depp
Data: 2000
País de Origem: Reino Unido, Estados Unidos
Duração: 121 minutos
M/12Q
Cor, Som









Com tal título, podemos induzir uma história romântica, e não mais que isso, ou um conto de fadas onde o chocolate é algo encantador e único, mas a verdade é que o chocolate é simplesmente um peão no desenrolar dos acontecimentos deste filme. Não nego o seu importante papel, mas o chocolate é uma imagem concreta de algo muito mais superior: o progresso e a evolução de mentalidades.
Vianne e a sua filha Anouk têm um estilo de vida nómada. Saltando de casa em casa, não ficando muito tempo no mesmo sítio, decidem fixar-se numa pequena vila francesa. Aluga uma casa/loja a Armande, uma velha senhora, que não está propriamente em bom estado e precisa de obras. Faz as devidas mudanças e monta uma pequena loja de chocolates, fabricados por ela própria, segundo uma receita já antiga. A população da pequena vila é bastante conservadora, sendo que vêem a loja de Vianne com maus olhos, ainda para mais numa altura em que religiosamente se jejua. E aqueles que não vêm com maus olhos, são forçados a tal. O Comte Paul de Reynaud, o alcaide local, sendo respeitador de tradições e da fé cristã, toma a vinda de Vianne como sabotadora da calma que reina na vila. Apesar das contrariedades impostas por ele, através do contacto com as pessoas ou pelos sermões nas missas, Vianne Rocher vai tentando conquistar clientela, fazendo também amigos e ajudando-os nos seus problemas. Temos, portanto duas facções, os pró-Chocolate e os anti-Chocolate. Num dia, chega um grupo de pessoas a quem se chama de escumalha da sociedade, de ratos do rio: um grupo de nómadas, tal como Vianne e a filha, só que tendo o rio como meio para se deslocarem de cidade em cidade, estabelecendo-se nas margens do mesmo. São mal vistos pela população da vila, tendo fama de ladrões e de portadores de doenças, mas Vianne está empenhada em fazer com que estes se integrem, mais propriamente Roux, que se pode considerar o capitão da "armada" que tomou as margens da vila. A questão que se prende nesta altura é se as pessoas deixam-se de desconfianças e preconceitos e se rendem ao chocolate de Vianne, elemento que pode ser fulcral na harmonia entre as diversas pessoas.
Digo isto porque o chocolate, neste filme, representa uma abertura da mentalidade de uma população, mentalidade essa que está atada dos pés à cabeça por um controlo exacerbado do Comte, que insiste em respeitar a tradição religiosa. E quem se rende ao chocolate, em vez de ficar no estado em que os "anti-chocolate" tanto dizem, são mais felizes que os da facção oposto, por estarem livres de controlos rígidos e de jejuns religiosos. Simplesmente a aproveitar pequenos prazeres inofensivos. Um filme em que reina a simplicidade das pessoas e das relações entre elas, com uma pacata vila como pano de fundo.

Nota:

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