quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

2006 Retrospectiva Cinematográfica



Foi um bom ano para o cinema e ao contrário de 2005 que apontou mais para as comédias,2006 foi o ano dos dramas e dos thrillers de acção.
O ano abriu com dois títulos que muito se destacariam ambos estreados em Janeiro Maquina Zero de Sam Mendes e o fantástico Match Point de Woody Allen, com uma poderosa reflexão sobre a influencia da sorte nas nossas vidas, em oposição á outra famosa teoria do destino ou karma.
Ainda nesse mês deu-se a estreia da sequela do aclamado filme de terror Saw, SawII-A experiência do medo que contou com uma enorme afluência ás bilheteiras mas que mesmo assim ainda se conta entre os piores filmes do ano.
No fim do mês mais dois títulos de relevo, um deles foi um dos filmes mais populares e falados do ano: Memórias de uma gueixa, um filme que retrata a vida de uma gueixa nos anos 60. E outro que infelizmente passou despercebido por entre a crítica, refiro-me a O Libertino, o retrato da vida de John Wilmot, poeta devasso do século XVII brilhantemente representado por Johnny Deep.
Pouco depois mais um dos filmes marcantes do ano, o regresso de Steven Spielberg: Munique aclamado pela crítica e pelo público.
O segredo de Brokeback Mountain, outro dos filmes muito falados do ano por razões obvias, o facto de retratar a homossexualidade que se por um lado levou aos comentários negativos e em alguns casos até ofensivos, por outro lado também abriu as portas a reflexão sobre a forma como a sociedade aborda este tema, mais que tudo isso O segredo de Brokeback Mountain é um filme com uma realização estupenda e com planos fotográficos realmente espantosos.
Deram-se na semana seguinte duas estreias, uma que ficaria marcada como um dos grandes filmes documentaristas da historia, a par com O Fiel Jardineiro, e outro como um dos filmes onde o dinheiro foi pior aproveitado. O primeiro é Syriana, o poderoso retrato de como as empresas e os serviços secretos norte-americanos influenciam a vida nos países sub-desenvolvidos do golfo, com uma brilhante interpretação de George Clooney que lhe valeu a nomeação para Óscar.
O segundo é Aeon Flux com Charlize Theron, um filme baseado numa série da MTV e que se resume a umas cenas de acção e ao esplendor de Theron, a contar entre os piores de 2006.
Surge então outro grande filme, Capote, o retrato da vida do famoso escritor norte-americano Truman Capote. Este filme faz-se valer tanto pela peculiar figura que aborda como pelo intrigante espisódio da sua vida que escolhe, mas principalmente pela incrível prestação de Philip Seymour Hoffman que tem na minha opinião aquela que é a interpretação mais próxima da perfeição alguma vez vista, será um exercício curioso comparar os poucos vídeos existentes de Capote com algumas cenas do filme e todos poderão verificar que em certas alturas é difícil encontrar diferenças.
Março abriu com a estreia de um dos filmes portugueses mais badalados, refiro-me a Coisa Ruim de Tiago Guedes.
Meados de Março 3 filmes marcantes deste ano, Tsotsi- um poderoso retrato dos gangs da Africa do Sul pelo britânico Gavin Hood. Identidade Kubrick- onde Alan Conway(John Malkovich) se irá fazer passar por Stanley Kubrick sem no entanto conhecer nada sobre o realizador. E por fim o aguardado regresso do internacionalmente aclamado David Cronnenberg, num filme sensacional: Uma História de Violência onde Viggo Mortensen desempenha um papel de um homem, perfeitamente inserido numa pequena cidade e visto por todos como um bom samaritano, cujo passado voltará para o assombrar, se a base é já comum e desinteressante, toda a construção do filme é muito boa sendo este mais um titulo a cotar entre os melhores do ano.
V de Vingança, mais um filme marcante de 2006 descrito como uma das revoluções mais bonitas da história do cinema, conta com a prestação da sempre impressionante Natalie Portman.
Segue-se Breakfast on Pluto do aclamado Neil Jordan com Cilian Murphy e Liam Neeson.
Nessa mesma semana estreia um dos poucos filmes japoneses a chegar á Europa Ninguém Sabe, a história de 3 crianças cuja atarefada vida da mãe deixa entregue a si próprias durante meses uma história comovente com a tocante interpretação de Yagira Yuya com apenas 14 anos.
Instinto Fatal 2, o regresso de Sharon Stone no papel que a celebrizou, mas desta vez mais velha e sem cruzar as pernas.
Já em Abril estrearam dois dos filmes mais aguardados do ano. O primeiro do já celebre realizador de terror: Eli Roth, produzido por Quentin Tarantino é Hostel. O outro de um dos mais controversos realizadores norte-americanos, é O Infiltrado de Spike Lee, que nos apresenta um golpe perfeito, em que nada é o que parece e em que a verdade e a mentira são inseparáveis, com Denzel Washington, Jodie Foster e Clive Owen.
Na semana seguinte mais um aclamado filme português: Lisboetas, um documentário de Sérgio Trefaut sobre a multiplicidade étnica do nosso país.
Na mesma semana a saga continua com Scary Movie 4, tudo o que é demais enjoa, contudo não se pode negar o mérito de ser das sagas que enjoa menos.
No fim de Abril o regresso de Pierce Brosnan num filme que os mais maldosos viriam como uma sátira ao próprio 007, O Matador, uma comédia inteligente que conta ainda com Greg Kinnear, e que nos mostra que até os assassinos precisam de amigos.
Maio abre com duas estreias badaladas:O Novo Mundo de Terrence Malick, um filme a lembrar a famosa personagem da Disney Pocahontas, e que levará o trunfo de ser o primeiro filme com cheiro no mundo contudo só nas salas japonesas. E o blockbuster clássico Missão Impossível 3 Tom Cruise regressa na pele de Ethan Hunt, a realização ficou ao cargo do criador da aclamada série Lost: J.J Abrams, o vilão a cargo do celebrizado Capote, Philip Seymour Hoffman.
O mês prosseguiu com duas estreias de terror The Hills Have Eyes e Ultimo destino 3 neste segundo é caso para repetir que tudo o que é demais enjoa e que ao contrário de scary movie este já enjoa mesmo muito.
Código da Vinci um dos filmes mais esperados do ano chegou a meio do mês, tendo estreado em Cannes e sido recebido com longas vaias e gargalhadas.
Já em Junho foi a vez de outro dos melhores filmes do ano Hard Candy, Ellen Page veste a pele de uma jovem de 14 anos que seduz pela Internet um pedófilo, que raptará e submeterá a um chocante jogo de violência psicológica. A par com Seymour Hoffman no Capote, Ellen Page tem aqui uma das melhores interpretações do ano.
A abrir as férias, mais um filme da Disney: Carros.
Em Julho outro filme da Disney a assinalar, desta feita a continuação da saga onde protagoniza o capitão Jack Sparrow, que Johnny Deep imortalizou, refiro-me a Piratas das Caraíbas- O cofre do Homem Morto.
Já em Agosto outro dos filmes badalados do ano, e para muitos o melhor de 2006, Miami Vice, o regresso da antiga série de polícias, um enredo fraco, um tema muito gasto, duas boas interpretações, Colin Farrell ao seu estilo, mas principalmente Jamie Foxx talvez a ser o único a salvar a companhia.
Super Homem-o regresso penso que não vale a pena repetir o que disse a Ultimo Destino 3.
A fechar Agosto, o primeiro filme não documental sobre o 11 de Setembro, é ele Voo 93, o retrato do único avião que não atingiu o destino.
No mesmo mês Road to Guantánamo de Michael Winterbottom e Mat Whitecross, o chocante retrato da prisão norte-americana instalada em Cuba, vencedor de um Urso de Prata no festival de Berlim.
A abrir a reentre o já eterno realizador espanhol Pedro Almodôvar regressa com Volver.
E na semana seguinte mais um filme português muito bem recebido, é ele 98 Octanas de Fernado Lopes.
Seguiu-se uma das maiores desilusões do ano, dada a sua pouca projecção, o aclamado realizador de A Vila, M. Night Shyamalan, regressa com A Senhora da Àgua que passou ao lado da crítica.
Por outro lado Brian de Palma obteve a reacção oposta por parte dos críticos que aplaudiram o seu A Dália Negra com Josh Hartnett e Scarlet Johansson.
Na semana seguinte ainda mais um filme português José Pedro Gomes e António Feio chegam ao cinema com Um Filme da Treta.
Nessa semana, chega-nos a maior prova de que uma boa comédia dispensa trambulhões exagerados, piadas brejeiras, o Adam Sandler, ou qualquer outro desses clichés, e o melhor de tudo: pode ser inteligente e este filme é mesmo isso Little Miss Sunshine, catalogado em português com o infeliz titulo: uma família á beira de um ataque de nervos. Uma comédia fantástica com Greg Kinnear e Steve Carell que nos faz pensar sobre nós, os outros, e os preconceitos que nos unem.
Na semana a seguir, o regresso de Sofia Coppola com Marie Antoinette.
E na outra, mais um bom filme que a critica deixou de lado, Os Filhos do Homem, com Clive Owen, que nos mostra uma visão apocalíptica do futuro, onde os humanos deixam de poder ter filhos.
Novembro abre com um dos sucessos do ano nos Estados Unidos, O Ilusionista, com Edward Norton.
Ainda em Novembro Martin Scorsesse brinda-nos com The Departed.
A meio do mês 007 regressa desta vez na pele de Daniel Craig com 007-Casino Royale.
Ainda nessa semana Infame, mais um filme sobre Truman Capote, com alguns pontos interessantes, contudo exagera na satirização da personagem, e perde por ainda estar tão presente nas nossas memórias o desempenho de Philip Seymour Hoffman neste papel, interpretação da qual Toby Jones nem chega perto.
A fechar o mês o grande sucesso de Sacha Baron Cohen, Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão, que dispensa mais comentários.
A destacar aquela que será a ultima grande estreia do ano, Babel de Alejandro Gonzalez Iñárritu, com Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael García Bernal, entre outros.
Em resumo está aqui aquilo que foi este ano cinematográfico.

6 comentários:

Pedro Mourão-Ferreira disse...

Excelente crítica.

Anónimo disse...

muito boa mesmo

Anónimo disse...

trabalhoso o post

Anónimo disse...

mas este post nao passa de uma lista de filmes! nao ha conteudo! ate eu fazia pa

Anónimo disse...

Bom post,2006 foi realmente um bom ano,eu gostei muito dos 2 classicos de acção,MI3 e 007.Tambem gostei do Match Point e do Borat

Anónimo disse...

muito bem feito o balanço de 2006