quinta-feira, 5 de abril de 2007

Clockwork Orange

Titulo Original: Clockwork Orange
Titulo Português: Laranja Mecânica
Realizado por: Stanley Kubrick
Actores: Malcolm McDowell, Michael Bates, Warren Clarke
Data: 1971
País de Origem: Reino Unido
Duração: 136 mins
M/16Q
Cor e Som










Considerado uma das obras primas do cinema, ClockWork Orange tem a assinatura de Stanley Kubrick e preconiza uma verdadeira transição no cinema mundial.Kubrick considerado por um grande número de críticos como o fundador do estilo Neo-Noir, enceta neste filme toda uma dimensão surrealista que chocou e surpreendeu na sua época.
Clockwork Orange tem 3 vertentes objectivas, Chocar, Alertar e Destruir.
O choque é patente em todo o filme, das mais variadas formas, quer pela exploração da sexualidade atentando agressivamente o pudor da época, quer pela violência explorada a nível psicológico e comportamental, de que é caso a famosa cena do espancamento ao sem-abrigo.
O alerta surge no contexto do crescimento cada vez mais efectivo de uma juventude, que entediada e aborrecida procura cada vez mais assumir a diferença atentando contra a ordem imposta, o vandalismo e a violencia como forma de entretenimento e diversão, estes comportamentos já não são uma forma de revolta, mas sim uma forma de inserção social, uma forma de "estar na vida" tão plausível como qualquer outra.
Por fim a destruição, porque tanto a nível técnico, como a nível de conteúdos, Kubrick empenha-se em destruir.
Todo o cenário do filme é á relidade com que nós nos habituámos a conviver, apresentando um mundo surrealista ao estilo de um dos melhores quadros de Dalí, onde cada coisa é algo que conhecêmos mas apresentado de forma totalmente diferente.
No conteúdo, Kubrick pouco se preocupa com as soluções, oferecendo-nos apenas grandes pontos de crítica, e até ofensa, nos mais variados quadrantes. Partindo dos jovens, passando para a política cada vez mais corrupta, e continuando pela ciência e pelo seu sentido ético cada vez mais reduzido levando a exploração e a investigação a um ponto manipulador.
Clockwork Orange traz-nos a história de Alexandre o Grande, magnificamente interpretado por Malcolm McDowell,um rapaz de classe média alta, grande apreciador de Beethoven, que aproveita as suas noites saindo com o seu grupo de "Kompinskas".
A primeira paragem é sempre a mesma, um bar onde bebem leite vitaminado, depois vão passeando pela noite, espancando violando, etc.
Apanhado pela polícia após um destes actos, Alex será preso e em seguida inserido num programa de "cura para a maldade e para a criminalidade".
Clockwork Orange,a sátira realizada por Stanley Kubrick em 1971, é talvez um dos melhores retratos do mundo que nos rodeia,e de nós próprios, hoje em 2007.

Nota: 5/5

Outras Notas:
Miguel Patrício:

David Bernardino:

2 comentários:

Anónimo disse...

Rafael, muito obrigado por esta análise crítica a um filme que merece ser aplaudido do principio ao fim. De facto, um filme a nao perder para quem gosta de cinema. Alex "The Large" e os seus companheiros "druggies" , bem como toda uma imensa satira musical-que nao referiste- sao os ingredientes para este filme magnifico.
Classificacao--10

Miguel P. disse...

Boa entrada num surrealismo americano de Kubrick. Porém, a grande inflûencia deste filme - Bara no Soretsu (Funeral Parade of Roses)de Toshio Matsumoto - feito em 1969, continua a bater o grande choque o constante alerta e a explosão destrutiva de Laranja Mecânica, provando o legado - mais uma vez - esquecido do cinema japonês. Sendo Funeral Parade of Roses um dos favoritos de Stanley, ele afirma-se como uma película ainda mais recheada de bafio pós-moderno. A história - diga-se - é a transposição do mito do Rei Édipo num subúrbio japonês do pós-guerra. O filho que é travesti, mata a mãe e apaixona-se pelo pai, recriando-se, assim, o círculo de loucura surrealista que Laranja Mecânica aproveitou.