quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Moneyball

Título Original: Moneyball
Título Português: Jogada de Risco
Realizado por: Bennett Miller
Actores: Brad Pitt, Jonah Hill, Philip Seymour Hoffman, Chris Pratt, Stephen Bishop, Robin Wright
Data: 2011
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 133 mins
M/12
Cor e Som









Aparentemente um filme como Moneyball não tem qualquer interesse: um filme sobre baseball, puramente americano, em que uma equipa fraca sobe ao estrelato. Pois bem, a verdade é que estamos perante um dos melhores do ano.
Brad Pitt é o manager dos Oakland A's, uma equipa de baseball de baixo orçamento que nunca chegou às vitórias. Determinado e assombrado por uma carreira de jogador falhada, a sua única ambição é levar os Oakland A's à vitória. Devido ao baixo orçamento que possui, este junta-se a Peter Brand (Jonah Hill), um jovem recém formado em economia com uma visão única acerca do baseball e põe-na em prática. A ideia que juntos tentarão implementar é a de que através das estatística e do cruzamento de dados, é possível encontrar jogadores muito bons em determinados atributos, embora maus noutros, mas que juntos se complementam e formam a equipa teórica e estatisticamente perfeita.
Moneyball é um grande filme porque consegue ser muito bom em todos os campos. Apesar de ser um filme sobre baseball, raramente somos invadidos com regras sobre o jogo que dificilmente perceberíamos. Qualquer pessoa é capaz de apreciar este sólido drama sem perceber patavina de baseball. Apresenta uma estrutura de montagem clássica e sóbria, lembrando A Rede Social (Aaron Sorkin é responsável pelo screenplay de ambos os filmes), sem fantasias.
Um ponto de dúvida era a interpretação de Brad Pitt num filme aparentemente de desporto. Pois bem, o actor tem aqui uma difícil tarefa entre mãos. Muito e complexo diálogo, e uma personagem que consegue passar de pai adorável para um manager frio e por vezes sombrio fazem com que Brad Pitt tenha um desempenho fenomenal. De realçar uma das primeiras cenas do filme em que Brad Pitt confronta os seus velhos "conselheiros" e olheiros para formar uma nova equipa de baseball, com uma nova estrutura, demonstrando de forma clínica a diferença entre a velha e a nova guarda, que nos deixa a reflectir por alguns momentos.
De facto este é um filme que reflecte uma viragem, quer a nível geracional, quer a nível desportivo, quer a nível de novas abordagens para velhos assuntos: perde-se a pessoalidade associada a este desporto, a contratação do jogador com maior auto-estima e capacidade de concentração passa a ser substituído pelo jogador que estatisticamente acertou em mais bolas em 100 oportunidades. Isto é, é feita uma certa reflexão em como a objectividade do presente vai substituir a pessoalidade do passado, e isso é muito interessante, principalmente porque não é feita de forma exaustiva e pretensiosa: Moneyball é um filme de entretenimento e assume-o.
Outro ponto alto do filme, talvez o mais alto, é a interpretação de Jonah Hill. Este era o papel que o jovem actor precisava para se despregar dos papéis ridículos que tem vindo a interpretar em comédias duvidosas. Quanto a Seymour Hoffman, a sua participação no filme é residual e o seu papel pouco exigente. Está bem, mas não há nada de relevante a dizer.
Moneyball é um drama muito inteligente e cativante, de estrutura clássica, com cenas intensas, que entretém do início ao fim, com personagens muito bem construídas e duas grandes interpretações. O óscar para Brad Pitt não ficaria mal entregue, embora já tenha tido prestações que mereciam mais destaque no passado. Nota final ainda para a excelente banda sonora.

Nota:

1 comentário:

Pedro Silva disse...
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