quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

The Last Samurai

Título Original: The Last Samurai
Título em Português: O Último Samurai
Realizado por: Edward Zwick
Actores: Tom Cruise, Ken Watanabe, Hiroyuki Sanada, Billy Connolly, Tony Goldwyn, Masato Harada, Timothy Spall, Shichinosuke Nakamura, Togo Igawa, Shin Koyamada, Koyuki
Data: 2003
País de Origem: EUA, Japão
Duração: 148 min.
M/12Q
Cor, Som









O Último Samurai não se apresenta como mais um épico vindo da meca do cinema, apresenta-se como uma reconstituição histórica de extrema qualidade. Esta reconstituição tinha que ser precisa e não conter lacunas, correndo o risco de tirar assim todo o encanto a um filme que se pauta por ser uma obra indispensável e imperdível.
Estamos no ano de 1870, Tom Cruise representa o capitão Nathan Algren, um veterano de guerra, que é perseguido pelas memórias do passado, por uma revolta interior, por uma luta constante com a sua consciência. E é aqui que o filme surpreende de uma forma muito positiva ao vermos um Tom Cruise totalmente integrado na sua personagem e conseguindo na minha opinião uma das suas melhores performances. Nathan Algren é contratado para treinar o exército imperial japonês, aceitando a muito custo este cargo, sem conhecer o que o futuro lhe reservava e que tanto iria alterar a sua vida. È contratado para combater não só homens mas toda uma cultura, toda uma tradição que estava a desaparecer num Japão em modernização, num Japão que se estava a ocidentalizar. Ao ser capturado por os samurais, Algren vai descobrir uma cultura totalmente diferente, vai aprender tradições e um código de honra que o vão transformar e o vão prender a uma terra do qual nada sabia. Ken Watanabe representa o líder samurai Katsumoto um homem sereno e que transmite ao espectador uma paz de espírito quase impossível de atingir, aprimorando a cada momento o mais pequeno detalhe da sua vida quotidiana. São estas duas personagens que nos fazem compreender as imensas diferenças entre as duas culturas, tanto vemos uma análise da cultura japonesa por Nathan Algren, como vemos uma análise da cultura americana (ocidental) por Katsumoto. Sem recorrer ao ridículo dos clichés como Hollywood adora fazer, é-nos mostrada esta situação de um forma gradual e simples, apercebendo-nos da evolução que Nathan vai sofrendo a nível interior e que o vai levar a combater contra os homens que outrora lutou ao lado e treinou, lutando principalmente contra um conjunto de ideais que repugnava na sua cultura. Proteger aquilo que tinha aprendido a amar, vai ser o que irá mover este homem, numa cruzada contra o exército imperial, e em certa medida aqui representada, a decadência que o Japão estava a sofrer.
Penso que apesar de valorosas representações por Timothy Spall, Billy Connolly, Tony Goldwyn, Masato Harada, Shin Koyamada, Hiroyuki Sanada e Koyuki, Cruise e Watanabe superam todos os padrões e elevam o filme para um patamar que poucos atingem.
O filme desenrola-se de uma forma mais ou menos esperada a partir do momento que nos apercebemos que Nathan Algren se desprendeu dos seus demónios e aprendeu a amar estas pessoas que nada tinham em comum com ele. O final é digno de ser visto e não contado, estragando o êxtase final se o fizesse, mas garanto que está extraordinariamente bem conseguido e que nos cria uma estranha sensação de gáudio, contentamento e alivio. A recriação histórica mostra grande trabalho de pesquisa, quer a nível da reconstituição das tradições, dos locais, das armas e das leis aplicadas contra os samurais. Não era fácil reconstruir uma tradição que assume um grau de complexidade muito elevado. Penso que é importante referir isto, e sublinho também a beleza das paisagens, mostrando um excelente trabalho de fotografia. Por último, penso que a par das paisagens, a banda sonora também desempenha um papel fundamental evoluindo consoante os momentos sem nunca desapontar, muito pelo contrario, surpreendendo até pela extrema qualidade que apresenta.

Nota :

Outras Notas:
Pedro Mourão-Ferreira: 3/5

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