quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Metoroporisu

Título Original: Metoroporisu
Título em Português: Metropolis de Osamu Tezuka
Realizado por: Rintaro
Actores: Yuka Imoto, Kei Kobayashi, Kousei Tomita, Taro Ishida
Data: 2001
País de Origem: Japão
Duração: 104 min
M/12
Cor, Som














Após o êxito de "Metropolis" de Fritz Lang (1927), Osamu Tezuka, "Deus" do manga (banda desenhada japonesa), decide criar uma versão própria de uma cidade futurista (existem rumores que Tezuka nunca chegou a ver o "Metropolis" de Fritz Lang e simplesmente inspirou-se no poster do filme). Tezuka morre em 1989 e em 2001 é lançado o filme anime (desenhos animados japoneses) "Metoroporisu" baseado no manga de Tezuka, embora Rintaro, realizador do filme, afirma que se Tezuka estivesse vivo, provavelmente nunca iria permitir que o filme fosse produzido. Apesar de Tezuka inspirar-se minimamente na obra de Fritz Lang, Rintaro inspirou-se bastante para criar uma das maiores obra-primas do anime.

"Metoroporisu" começa por nos mostrar duas personagens - um detective, Shinsaku Ban (Kousei Tomita), e seu sobrinho, Kenichi (Kei Kobayashi) - que se encontram em Metropolis para capturar um cientista maluco. O cientista, trabalhando ao serviço do ditador da cidade, Duke Red (Taro Ishida), foi obrigado a criar uma humanóide especial chamada Tima (Yuka Imoto). Este projecto de Duke Red envolvia a humanóide mais uma torre entitulada Ziggurat que iria permitir o ditador controlar o mundo. Quando Tima e Kenichi se cruzam, uma aventura perigosíssima se inicia. Ao mesmo tempo, uma revolução por parte dos humanos começa-se a construir cujo objectivo é a extinção dos robôs. A cena final é fabulosa, porque ouvimos uma música jazz muito conhecida envolvendo o drama da situação de uma forma brilhante.

Este filme contém uma banda sonora em jazz composta por Toshiyuki Honda e os melhores efeitos especiais de um anime alguma vez criados. O argumento do filme, escrito por Katsuhiro Otomo, realizador do anime Akira, é muito rico, porque consegue ilustrar dois importantes temas do dia-a-dia, problemas que hoje ainda não se resolveram: a discriminação e a obtenção de poder (este encontrado na obra de Fritz Lang). A forma como o filme consegue exibi-los é extraordinário: a música não é algo muito frequente dando uma certa realidade e tranquilidade à situação e quando aparece é crucial para sermos, de repente, atraídos ao desenrolar da acção para percebermos a mensagem que nos quer transmitir. Como a banda sonora é toda, ou quase toda, feita em jazz, compreendemos que o filme pretende deixar uma marca importante, porque é raro haver um anime com uma banda sonora destas (os únicos grandes animes que me lembro que contêm jazz são "Lupin the Third" e "Cowboy Bepop"). Outra marca propositada são os efeitos especiais: recordam, de certa forma, a grande qualidade da montagem e da fotografia de "Metropolis" de Fritz Lang. Através destas marcas somos capazes de visionar um mundo previsto por Osamu Tezuka e entender a importância da relação entre Tima e Kenichi para solucionar problemas importantes do nosso dia-a-dia: o amor que os une é imparável sendo irrelevante o facto de Tima ser uma humanóide e Kenichi um humano. Se uma humanóide pode sentir tal e qual como um humano, então são iguais.

"Who am I?" - Tima

Nota:

Outras Notas:
Miguel Patrício: 3/5
David Bernardino: 3/5

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