quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

The Hours

Titulo Original: The Hours
Titulo Português: As Horas
Realizado por: Stephen Daldry
Actores: Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep, Ed Harris, John C. Reily
Data: 2002
País de Origem: Reino Unido/Estados Unidos
Duração: 114 min
M/12Q
Cor e Som









Em primeiro lugar é preciso dizer que The Hours não é um filme simples. O único filme que me ocorre ao qual se poderia comparar a complexidade de The Hours seria Mulholland Dr., embora The Hours tnão seja tão desconcertante. Aparentemente (e apenas posso falar nestes termos), The Hours conta-nos a história de 1 dia na vida de 3 mulheres de diferentes gerações: Virginia Woolf (Kidman) é uma escritora cujo estado psicológico está de rastos, sofrendo (aparentemente mais uma vez) de esquizofrenia, a sua história situa-se na década de 20. Virginia procura descobrir que destino dará à personagem principal do seu livro durante este dia. É influenciada pela visita da sua irmã e dos filhos, pela relação com as criadas e pelo fabuloso diálogo com o marido.O titulo do seu livro é Mrs. Dallaway. A segunda personagem deste filme é Laura Brown(Julianne Moore), da década de 50. A história de Laura conta-nos o dia de anos do marido (John Reily), e como ela o passa com o filho, tentando fazer um bolo de aniversário enquanto o marido está no trabalho. Todavia o seu dia acaba por ser muitissimo mais complexo: observamos nele cenas extraordinarias como a conversa com a sua melhor amiga, a sua relação com o filho e a exposição do seu também lastimável estado psicológico ao espectador. A terceira mulher é Clarissa Vaughan (Meryl Streep), situada no tempo presente. O seu dia é preenchido preparando uma festa para comemorar o lançamento do livro do seu amigo de infância Richard(Ed Harris), sidoso e cego. Independentemente as histórias destas três mulheres são só por si excelentes, mas quando verificamos que elas têm sem dúvida qualquer coisa em comum o filme torna-se um exigente trabalho de mente e o espectador tem de prestar atenção a todos os pormenores se pretende entender o filme. Notamos alguns padrões nas histórias das três mulheres: ambas são mulheres psicologicamente afectadas, são parecidas fisicamente presenciamos leves cenas lésbicas nas histórias das 3, as três proferem as mesmas frases em certas ocasiões, e todas parecem estar relacionadas com um livro que muito tem em comum, por falar da vida de uma mulher: o escrito por Virginia, o lido por Laura e o lançado por Richard. Infelizmente não poderei explorar mais o enredo do filme sob pena de estragar o prazer de o descodificar ao espectador. Mas justiça seja feita, o enredo não é de todo tudo neste filme. As actuações são extraordinárias, não só as das 3 personagens principais mas também a de Ed Harris em papel secundário. Há cenas excepcionalmente emocionais neste filme, que valem apenas pelo diálogo riquissimo e pelas suas complexas personagens. Nada de efeitos especiais. As actrizes provam neste filme que não o são apenas por serem bonitas, mas porque de facto representam excepcionalmente.
Em termos técnicos o filme está muito bom. A fotografia é excelente, demonstrando imagens muito bonitas e tocantes, com cores e sombras muito bem exploradas. A filmagem também é de aplaudir. É ainda relevante destacar o facto de todas as cenas de diálogo serem filmadas visivelmente num só take, aumentando o mérito dos actores.
Resumindo, The Hours é um filme tocante e emocional, e ao mesmo tempo inteligente e que nos apresenta um excelente trabalhona actuação. Todavia notamos que lhe falta algo, talvez no enredo, que o impede de ser perfeito.

Nota:

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