Tadanobu Asano

Nome: Tadanobu Asano
Profissão: Actor, Vocalista
Data de Nascimento: 27 Novembro 1973
Naturalidade: Japão
Filmografia:
Bataashi Kingyo (1990)
Aitsu (1991)
Seishun dendekedekedeke (1992)
Fried Dragon Fish (1993)
119 (1994)
Yonshimai Monogatari (1995)
Maboroshi no Hikari (1995)
wkw/tk/1996@7'55"hk.net (1996)
Pikunikku (1996)
Helpless (1996)
Acri (1996)
Swallowtail (1996)
Focus (1996)
Yume no ginga (1997)
Tokyo Biyori (1997)
Love & Pop (1997)
Neji-shiki (1997)
Samehada otoko to momojiri onna (1998)
San Tian Ren (1999)
Sôseiji (1999)
Hakuchi (1999)
Jirai wo fundara sayônara (1999)
Gohatto (1999)
Gojo reisenki: Gojoe (2000)
Kaza Hana (2000)
Party 7 (2000)
Electric Dragon 80.000 V (2001)
Distance (2001)
Koroshiya 1 (2001)
Mizu no Onna (2002)
Akarui Mirai (2003)
Watashi no guranpa (2003)
Ruang rak noi nid mahasan (2003)
Zatôichi (2003)
Dead End Run (2003)
Kôhî Jikô (2003)
Tori (2004)
Cha no Aji (2004)
Vital (2004)
Chichi to kuraseba (2004)
Survive Style 5+ (2005)
Umoregi (2005)
Eri, Eri, Rema sabakutani? (2005)
Takeshis' (2005)
Taga Tameni (2005)
Naisu no Mori: The First Contact (2005)
Rampo Jigoku (2005)
Tôkyô Zonbi (2005)
Invisible Waves (2006)
Hana Yori mo Naho (2006)
Mongol (2007)
Sad Vacation (2007)
Kaabee (2008)
Coin Locker Babies (2008)
Tsurugidake: ten no ki (2009)

Prolífero e versátil: eis os adjectivos que pensamos caracterizar melhor Tadanobu Asano, um dos maiores astros japonês do momento. Atípico e simplesmente fantástico. E não foi assim há tanto tempo que o descobrimos, pela primeira vez, em Ichi the Killer com uma prestação absolutamente delirante e macabra, fazendo-nos procurar num assassino sem escrúpulos o seu lado infantil e massoquista. Muitas vezes mal creditado, Asano, tem um estilo de representação tão singular que comparações dispensam-se. Nem Toshirô Mifune (um dos maiores de sempre) nem Johnny Depp são legítimos de serem equivalentes ao ar "cool" (veja-se ataraxia) do actor vocalista da banda Mach 1.67. Não por serem melhores ou piores, mas simplesmente por Asano ser diferente de tudo aquilo que já viram. Fica aqui o aviso à navegação!
Consideramos ser este um acontecimento planetário, um dos actores mais importantes do momento, visto já ter trabalhado com todos os grandes nomes do cinema japonês (e asiático) contemporâneo. Crescendo e revelando novas esperanças para o cinema japonês, desde os seus primeiros trabalhos com Hirokazu Koreeda (a curta mas poderosa aparição em Maboroshi no Ikari [Ilusion, 1995], o seu misterioso papel em Distance [2001] ou ainda, mais recentemente, em Hana yori mo naho [2006]), Shinji Aoyama (como esquecer aquele bafio grunge de Helpless [1996] ou ainda Eri, Eri, Rema Sabakutani? [2005], e agora Sad Vacation [2007]), Shunji Iwai (Picnic ou Swallowtail ambos de 1996) e aparecendo sempre opurtunamente nos retornos dos antigos mestres (em Taboo [1999], último filme de Nagisa Oshima; em Electric Dragon 80.000V o tour-de-force do cyber-punk Sogo Ishii e numa das últimas infames maldições cinematográficas de Teruo Ishii, Screwed de 1998), Tadanobu Asano vai, a pouco e pouco, semeando os frutos da experiência de tantos filmes em tão poucos anos. E com o passar dos anos, parece que o seu sentido se vai apurando.
Da comédia absurda (os filmes de Katsuhito Ishii: Shark Skin Man and Peach Hip Girl [1998], Party 7 [2000], The Taste of Tea [2004], Funky Forest: The First Contact [2005] ou ainda Survive Style 5+ [2005] de Gen Sekiguchi e Tokyo Zombie [2005] de Sakichi Satô] ao drama depressivo (um Vital [2004] de Shinya Tsukamoto) passando pelo gore slapstick (o já referido Ichi the Killer [2001] de Takashi Miike) pela bizarria de Edogawa Rampo (Gemini [1999] e Rampo Noir [2005]) e pelo jidai-geki (trabalhando desta feita com o mestre dos mestres Takeshi Kitano no seu Zatôichi [2003]) a qualidade fundamental de um actor como Asano é a sua versatilidade. Saltando de personagem para personagem, a sua dinâmica torna-se elástica, e a representação de qualquer papel não é mais um desafio. Para quem, no princípio, apenas sabia figurar o protótipo do adolescente disconexo, dilacerado entre a melancolia e a irresponsabilidade juvenil (papel que voltaria a ser rebuscado em Bright Future [2003], película tardia de Kiyoshi Kurosawa), não está nada mal o extenso currículo de personagens que se passeiam na diversidade de psicologias e comportamentos.
Porém, se a importância de Asano é grande no Japão, também cada vez mais no resto do mundo há espaço e tempo para o seu reconhecimento. Já em 1996, Asano surgia numa curta metragem do prestigiado Wong Kar Wai wkw/tk/1996@7'55"hk.net e em 1999 protagonizou essa pérola realizada pelo excelente Cristopher Doyle (director de fotografia da maior parte dos filmes do já referido WKW ou Gus Van Sant) chamada Away With Words, uma espécie de poema abstracto, onde os personagens se perfilam nas suas mesmas reflexões pessoais: Asano - interpretando-se aí a si mesmo - fazia de um autista que dava o significado que queria às palavras. Ainda de realçar, nesta senda, a participação nos filmes do tailandês Pen-Ek Ratanaruang (Last Life in the Universe [2003] e Invisible Waves [2006]) e do mestre taiwanês Hou Hsiao Hsien nesse tributo luminoso a Ozu e à visão zen japonesa chamado Café Lumiére [2003].
Recentemente Tadanobu Asano participou numa co-produção russa e alemã em Mongol de Sergei Bodrov e está já alinhado no cast de Coin Locker Babies, o filme baseado na novela de Ryu Murakami, realizador de um Tokyo Decadence e argumentista de Audition de Takashi Miike. Esperamos que corra tudo bem, no futuro, ao grande Asano.