segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Gokudô kyôfu dai-gekijô: Gozu

Título Original: Gokudô kyôfu dai-gekijô: Gozu
Título em Português: Gozu
Realizado por: Takashi Miike
Actores: Hideki Sone, Sho Aikawa, Kimika Yoshino, Shohei Hino, Renji Ishibashi
Data:2003
País de Origem: Japão
Duração: 130 min.
M/18
Cor, Som









Sempre se considerou Takashi Miike como o realizador mais inesperado, mais insólito e mais lunático de todos os tempos. Se já em Ôdishon (Audition), Koroshiya 1 (Ichi o assassíno) e Bijitâ Q (Visitor Q), Miike ultrapassava todas as fronteiras do sobrenatural, dos sentimentos doentios e perversos e da violência brutal e brutalizante, em Gozu há uma metamorfose inclassificável de todos estes géneros. A verdade é que, neste filme, o realizador de Dead Or Alive não só ultrapassa os seus mestres: Shinya Tsukamoto, David Lynch e David Cronenberg, como também a si mesmo. Ou seja, procede-se a uma libertação dos próprios temas e das próprias obsessões que Miike guaradava desde há muito. Gozu não é - felizmente! - um filme de horror estereotipado como o malogrado Chakushin Hari (Uma Chamada Perdida), por outro lado também não é um filme típico de yakuzas como o excessivo Tengoku kara kita Otoko-tachi (The Guys From Paradise), antes é algo fresco e nunca visto em outro filme. Junta o absurdo onírico de um mundo de yakuzas com um terror cómico estupidificado pelo irracional e o sobrenatural.
Ozaki é um yakuza que está a ficar maluco. Ele diz que observa coisas que o podem matar, e que está em risco de perder a sua vida, colocando as pessoas à sua volta em perigo. O chefe do gang pede a Minami, seu "irmão, que o mate em Nagoya e ali, livre-se do corpo dele. Acidentalmente, Ozaki morre e desaparece, deixando Minami em apuros, o que irá levar a uma busca incessante por parte do "irmão". Despulta-se, a partir desta narrativa tão simples, uma série de ocasiões bizarras, doidas e chocantes começam a acontecer na pacata vila. Sejam as personagens desconexas com o mundo exterior, sejam os ambientes escuros ou situações cómicas e estranhas que surgem a toda a hora.
Gozu é, sem dúvida, o filme mais visual e psicologicamente marcante dos últimos anos. A narrativa é totalmente absorvida pelas situações sem nexo, aproximando-se este filme de um género inédito, original e perverso. Tudo o que se poderia contar nesta crítica não deve ser contado. As situações e as imagens tomam conta do espectador, e nesse momento ou saimos a meio do filme, ou imploramos por mais uma viagem ao mundo fantasista que só Miike pode criar. Altamente recomendado para o expoente dos amantes do cinema pós-moderno.

Nota:

1 comentário:

Anónimo disse...

“Everything I'm about to tell you is a joke. Don't take it seriously.”

Com este quote tudo é possivel!
Love it! ;)