terça-feira, 18 de setembro de 2007

Elephant

Título Original:Elephant
Título Português:Elephant
Realizado por: Gus Van Sant
Actores: Alex Frost, Eric Deulen, John Robinson, Timothy Bottoms
Data: 2003
País de origem: Estados Unidos
Duração: 81 mins
M/14Q
Cor e Som









O mundo é tão livre que os adultos viram a hora de se libertar da sua responsabilidade. Em Elephant essa é uma premissa evidente, neste Elephant (onde todos são fãs de White Stripes) (o filme americano que parece europeu) e que aborda o massacre americano de Columbine, o massacre e toda a sua dimensão americana acabam a certa altura por ser renegados para segundo plano.
Elephant é muito mais uma interpretação da juventude, impondo e desmistificado em simultâneo os estereótipos pelos quais já é habito caracterizar os adolescentes deste novo milénio.
Em Elephant temos o rapaz infeliz com o pai bêbado, a rapariga humanitária, a miúda acanhada e sem amigos fechada na biblioteca, temos o tipo com mais dinheiro, temos outro tipo com menos dinheiro, temos o preto cool, temos o rapaz mais rebelde, temos o casal popular, temos o misterioso rapaz rejeitado. Estão lá todos estes, que podiam estar num qualquer filme de liceu americano, todos estes estereótipos com uma diferença essencial, é que em Elephant não se tratam de estereótipos evidenciando o quão enganatoria se torna essa repartição á priori. Todos eles, por muito definidos que estejam pela sua dimensão se tornam (ou se podem tornar) a certa altura, extremamente imprevisíveis, a dimensão de tudo isto é tanto maior neste filme onde Gus Van Sant tão igual a si próprio opta por nao contratar actores mas sim jovens comuns integrados na sua vida comum, toda a nova dimensão da realidade.
Não no mesmo plano, mas abordando a mesma ideia está um dos pontos chave deste filme que é sem duvida a diferenciação humana muito para alem destas distinções por antecipação, a diferenciação real e efectiva, o olhar que cada um lança, o pormenor que cada um nota, e Gus Van Sant oferece-nos essa noção através de um simples corredor, por onde todos passam, e por onde nós passamos através dos olhos de todos. Sempre igual mas guardando sempre em si a diferença de cada visão. E se estas personalidades são testadas e apresentadas com mestria durante aquilo que todos consideravam como “mais um dia normal”, tão melhor podem ser complementadas e compreendidas perante a situação de crise sucedânea, entra aí de novo a grandeza deste Elephant. Quanto nos alteramos nós numa situação extrema, quão verdadeiro será o nosso eu dos “dias normais”?Será a crise a melhor forma de revelação?
Em Elephant nem todos mudam, em Elephant se calhar quase todos surpreendem, contudo nem todos mudam.

Nota:

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