sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Smith and Jones

Título Original: Alas Smith and Jones
Título em Português: Smith and Jones
Realizado por: Dominic Brigstocke
Actores: Mel Smith, Griff Jones
Data: 1984
País de Origem: Inglaterra
Duração: 30 minutos (episódio)
M/6Q
Cor e Som





E como já vai sendo hábito, mais uma análise, se é que lhe podemos chamar isso, a uma série ou filme, neste caso série, de comédia. Desta feita temos Mel Smith e Griff Jones, cujos sketches giram à sua volta, independentemente da história dos mesmos. Nesta série, temos sketches curtíssimos, que podem ser simplesmente monólogos de 15 segundos, temos outros mais longos em que interagem mais personagens para além dos principais e temos ainda outros, que na minha opinião são os melhores, em que Smith e Jones conversam sobre determinado tema, num frente a frente em que só se vê as caras um do outro, separadas por 10 cm, com um fundo preto por trás. A série faz parte de um humor non sense característico da britcom em geral.
À medida que vejo cada vez mais episódios de Smith and Jones, encontro semelhanças ao tipo de humor usado no Gato Fedorento, em que se pega numa situação absolutamente normal e, do nada, acontece algo inesperado que faz mudar o curso dos acontecimentos, de uma forma absurda. Para variar um pouco, em vez de um habitual sketch temos Mel e Griff a falarem para o público que assiste ao programa (ou para um público imaginário) e criando um sketch a partir daí (perdoem-me a constante utilização desta palavra, mas não encontro um sinónimo).
Pelo talento na interpretação de variados personagens por estes dois actores ingleses, penso que a participação de personagens secundárias é dispensável. É incrível a quantidade de personagens e a disparidade de características entre cada uma, mas Mel e Griff fazem cada papel na perfeição. A partir do momento em que vemos os episódios desta série, também concluímos que se trata de um humor sem fronteiras, em que não existem tabus em relação a assuntos delicados que, normalmente, se tem mais cuidado quando se trata de uma sátira. Penso que Benny Hill tem aqui características que são parte integrante do seu programa, no que se refere aos sketches não-mudos e em câmara normal, e não rápida. O mesmo sarcasmo, a mesma maneira de lidar com as situações.
Algo que de certa forma merece razoável destaque são os meios à disposição de Smith e Jones. Por mais curto que seja o sketch, há sempre uma grande preocupação com os cenários e com o vestuário de todos os envolvidos, e obviamente que isto traz uma nova dimensão ao humor deste programa, ainda que, certas vezes, a falta de meios constitui em si mais um motivo para rir. Em suma, um grande fruto do humor “british”, que tanto me faz rir, o humor sintético, o humor non sense, ridículo e também embaraçoso, é o grande marco desta série, que apesar de já ter os seus aninhos, continua a ser actualizadíssima, a meu ver. Aconselho vivamente todos os que apreciam este tipo de comédia a verem esta dupla fantástica.

Nota: 5/5

Outras Notas:
Miguel Patrício:

Pedro Mourão-Ferreira:

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