sábado, 23 de dezembro de 2006

Metropolis

Título Original: Metropolis
Título em Português: Metropolis
Realizado por: Fritz Lang
Actores: Alfred Abel, Gustav Frohlich, Brigitte Helm
Data: 1927
País de Orígem: Alemanha
Duração: 117 min.
M/12Q
Preto e Branco, Mudo










Metropolis - filme mítico do realizador alemão Fritz Lang - é considerado um dos melhores filmes de sempre por variadas razões. Uma delas tem a ver com a sua novidade para o cinema dos anos 20 e outra, paradoxalmente, relaciona-se com a sua intemporalidade. Mascarando-se com um rótulo de ficção científica, Metropolis tem objectivos mais ambiciosos do que apenas representar uma sociedade futura baseando-se nas teorias da época. Ele deseja demarcar as linhas de guerra entre o proletariado e a burguesia, transportando este assunto constante na História para um futuro próximo onde a classe dominante vive metaforicamente acima do solo, e os que nada tem a não ser a força do seu trabalho residem abaixo do solo sob condições miseráveis. Logo quando começa o filme, vê-se os homens alienados dirigindo-se para as fábricas das máquinas. E o poder desta e doutras imagens realçadas pelo Preto e Branco, fornecem ao espectador uma sensação curiosa, que num filme a cores seria impossível transmitir.
Freder - filho de Joh Fredersen, dono de Metropolis - é um são burgês que se diverte como nos loucos anos 20. Freder encontrará Maria, uma estranha mulher que transmite ao proletariado mensagens de paz e de amor. Maria acredita que deve existir um mediador entre a força das mãos e a astúcia do cérebro. E esta mensagem será ouvida por Freder com imenso interesse. O burguês egoísta torna-se solidário com o sofrimento dos seus "irmãos", renegando assim aquilo que seu Pai deseja, o controlo das máquinas sobre o homem, ou seja a exploração do homem pelo homem.
O filme não se insere na ideologia comunista, nem Lang o queria que se visse dessa perspectiva. Apenas se seguem os valores do amor ao próximo e da paz, numa era da Babilónia, da mecanização; onde o homem a passo e passo nao servirá mais para o futuro do planeta. Note-se a magnífica cena onde Maria conta aos operários a história da construção da Torre de Babel, e onde se afirma: "O jubíleu de um, é o tormento do outro." O mesmo se passa durante todo o filme, com Freder tentando servir de mediador entre o corpo e a mente de Metropolis.
Acima de tudo, este filme também é, uma história de amor: de amor como resistência à imponência da megalópole e da desumanização das sociedades. Em Metropolis, o amor de Maria por Freder é a força mais humana representativa da esperança em relação à figura da Morte e dos caminhos labírinticos da cidade negra e robotizada que grita a nascença de um homem-máquina, criado para fomentar a desordem no Mundo.
Metropolis de Fritz Lang é absolutamente indispensável para todos aqueles que apreciam cinema, era e continua a ser original, forte e poderoso.

Nota:

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