Mr. Bean

Título Original: Mr. Bean
Título em Português: Mr. Bean
Realizado por: John Birkin, John Howard Davies
Actores: Rowan Atkinson
Data:1990-1995
País de Origem: Reino Unido
Duração: 30 minutos (episódio)
M/6Q
Cor, Som

Pensemos no mundo que rodeia Mr. Bean. É um mundo relativamente monótono, que caracteriza uma Inglaterra tranquila, em que impera a boa educação e a cordialidade entre os seus habitantes. Uma atmosfera bastante simples e até cinzenta, não em relação às pessoas mas ao que as envolve: todo o tipo de lazer, de rotina, de trabalho, de tudo o que possam imaginar numa vida de uma pessoa, no mundo de Mr. Bean tem um aspecto normalíssimo. É por isso que este homem se destaca tanto. Tentando descrever Bean (apesar de saber que todos o conhecem, simplesmente não resisto), posso dizer que ele fala pouco, e o que fala mal se percebe (sempre com aquele tom de voz que tanto me faz rir) e normalmente, ou ofende, ou deixa as pessoas chocadas, ou é ignorado, apesar de ser sem intenção. Ele também quase não sabe conviver com outros seres humanos, e isto tem a ver um pouco com o que disse em cima, comportando-se de uma maneira quase infantil junto a colegas, para a sua namorada, que menospreza completamente, ou para qualquer pessoa que passa junto de si, e é uma pessoa ingénua e com um ar simpático, apesar de tudo. A sua relação com pessoas idosas passa pela falta de compreensão da menor capacidade motora dos mais velhos, e com crianças resume-se à falta de compreensão de birras, caprichos, mas também muitas vezes à participação no tipo de brincadeiras em que só entram crianças (caretas, corridas, dançar à frente de um espelho, etc), ou se quiserem, actos estupidamente peculiares. Em suma, todas as gargalhadas que se soltam durante os episódios de Mr. Bean derivam da maneira como este se desembaraça de situações aparentemente complicadas. A nível mais secundário, mas não menos cómico, estão outras coisas, como o vestuário de Bean: está quase sempre de casaco, gravata e umas calças de trazer por casa. E depois é aquela forma trapalhona de andar, de mexer os braços e de olhar para o que o rodeia. O ridículo é elevado ao expoente da loucura quando Bean está atrasado para um compromisso ou tem pressa, isto sem adicionar o facto de que ele é muito distraído. Por último, o seu nome também penso que diz tudo, e a sua companhia de noite, o seu ursinho de peluche, é um pormenor genial. Rowan Atkinson, no que toca à representação, está brilhante. No mínimo.
Como restantes personagens, temos, que me lembre, a sua namorada, que, como já disse, é ingenuamente desprezada por Bean, não a compreendendo, como aos demais humanos e aquele carro azul de três rodas que Bean consegue sempre danificar ou roubar o lugar de estacionamento (considerando o carro como personagem; sim, parece absurdo). Mas as personagens a este nível são muitas, apenas digo que acabam sempre por sofrer com os actos desastrados do nosso amigo. Quanto a família e trabalho, é sempre tudo muito vago, pois nunca vemos membros familiares de Bean e pouco se sabe sobre a profissão que ele exerce.
Desde que me lembro que me rio de Mr. Bean. É daquelas séries que, veja agora ou daqui a muito tempo, me vou sempre rir. É capaz de ser a minha série cómica preferida de sempre, mesmo dentro das séries em geral isso é capaz de acontecer. Como é sabido, existe o filme de Mr. Bean, em que vemos conjugadas todas estas características aqui expostas e confrontadas com a de uma família americana, com um estilo de vida diferente (a crítica estará neste blog não dentro de muito tempo) de Bean. Gostava só de dizer novamente que Rowan Atkinson desempenha este papel de forma fabulosa, semelhante até ao personagem principal de Black Adder 1 (mas oposto aos restantes Black Adder’s). A título de curiosidade, um novo filme com a personagem de Bean está para estrear nos cinemas brevemente.

P. S. – A música do genérico fica no ouvido.

Nota:

Outras Notas:
Miguel Patrício:
Pedro Mourão-Ferreira:
David Bernardino: