Smokin' Aces

Titulo Original: Smokin' Aces
Titulo Portugues: Um Trunfo Na Manga
Realizado por: Joe Carnahan
Actores: Ryan Reynolds, Jeremy Piven, Ray Liotta, Andy Garcia, Ben Affleck, Chris Pine, Common, Alicia Keys, Matthew Fox
Data: 2007
País de Origem: Reino Unido/França/Estados Unidos
Duração: 109 mins
M/16
Cor e Som

Smokin Aces é um filme de acção, cujo conteúdo é... acção! É um daqueles filmes que rapidamente nos apressamos a dizer "Este filme é uma banhada. Nunca devia ter gasto dinheiro nem tempo a ver esta porcaria!". Smokin Aces não tem vergonha do que faz. São tiros e explosões num enredo pouco trabalhado. É simplesmente genial. Arriscar-me-ia a dizer que Smokin Aces é o derradeiro filme de acção, ou pelo menos um deles. É quase uma mistura de comédia negra com acção e sangue sem meias medidas. O enredo é também muito engraçado. É simples, quase absurdo. Buddy "Aces" Israel (Jeremy Piven) é um mágico que dá espectaculos em Las Vegas. Estava ligado à máfia e agora preparava-se para a denunciar. Por isso vai ser colocado sob custódia. Mas antes ele deseja uma última noite em Las Vegas num hotel de luxo. Durante esse tempo (até estar sob custódia/protecção da polícia), Aces Israel vai ser observado por dois agentes do FBI, Richard Messner (Ryan Reynolds) e Donald Carruthers (Ray Liotta). Entretanto a máfia põe a cabeça de Israel a prémio. Um prémio muito grande. Isso atrai a atenção de inúmeros caçadores de prémios. Esses assassinos acabarão por competir entre eles para conseguir matar Israel, originando situações absurdas e muito engraçadas. Não digo interessantes porque não são complexas, são apenas demonstradas em grandes doses de humor negro. São os caçadores de prémios todos os outros membros do cast, à excepção de Common, que interpreta o guarda costas de Israel e Matthew Fox (Jack em Lost), que interpreta uma espécie de recepcionista do hotel. Todo o filme se passa num dia, o dia em que todos os caçadores de prémios vão entrar em acção no mesmo hotel, provocando o caos quer entre eles, quer entre a polícia. Temos várias situações marcantes como um tiroteio de quase 10 minutos sem diálogos, onde tudo se parte e tudo se destrói e tudo se mata ou a cena em que o recepcionista se mentaliza que vai morrer. Podemos inserir Smokin Aces no estilo de Tarantino. As histórias sobre crime recheadas de humor negro e situações curiosas. Podemos também compará-lo a Revolver (já criticado neste blog), diferindo apenas o conceito da consciência presente em Revolver e as cenas de encaixe de peças. É isso que torna Smokin Aces inferior a Tarantino e a Revolver. Enquanto estes dois fazem o espectador reflectir sobre o filme, encaixando sequências de história e fazendo o espectador ansiar pelo que vai acontecer a seguir, Smokin Aces limita-se a encher a barriga ao espectador com sublimes cenas que, apesar de encherem o olho na altura em que as vemos, não nos fazem recordar cenas anteriores e levando-nos a tirar conclusões. Em Smokin Aces, se perdermos uma cena do filme não há problema, porque o filme continua e torna-se desnecessário o esforço para continuar a companhar o enredo na perfeição. As actuações são todas excelentes, sem excepção, não fosse o cast preenchido de actores de topo. Até Alicia Keys consegue fazer sem problemas o papel de assassina. Pelo menos não tivemos que a ouvir a cantar, como Christina Milian insiste em fazer nos seus filmezinhos medíocres (Be Cool), limitando-se Alicia Keys a ser uma actriz. O mesmo podemos dizer de Common. Ray Liotta e Andy Garcia continua muito bem. O único que não me agradava acabava por ser Ben Affleck. No entanto a presença dele neste filme é diminuta, quase limitada a um longo monólogo. Pelo menos pouparam-nos a cenas de amor babosas. Aliás a única cena de romance do filme é tão absurda que até rimos. Apesar de todas estas boas prestações, o protagonismo acaba por ir para Ryan Reynolds e Chris Pine. Reynolds interpreta o polícia que foi enganado por todos e só descobre a verdade ao último minuto. Pine é um dos caçadores de prémios, que faz parte dum grupo muito violento neo-nazi. São eles que nos presenteiam as cenas chave do filme. O primeiro pela seriedade e o segundo pela comédia negra. A banda sonora encaixa-se na perfeição às cenas de acção e por fim somos brindados com espectaculares efeitos visuais. Não falo de explosões feitas a computador, mas sim de seguir a percepção de uma Sniper Rifle ao pormenor do interior da própria arma. Resumindo, Smokin Aces é um filme muito bom que apenas peca por não ser um pouco mais ambicioso.

Nota:

Outras Notas:
RMC: