domingo, 24 de fevereiro de 2008

Flightplan

Título Original: Flightplan
Título Português: Pânico a Bordo
Realizado por: Robert Schwentke
Actores: Jodie Foster, Peter Sarsgaard, Sean Bean, Kate Beahan, Marlene Lawston
Data: 2005
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 98 mins
M/12
Cor e Som










De vez em quando surgem os chamados fenómenos de marketing no cinema, como Blair Witch ou Brokeback Mountain. O público fica muito fascinado quando a premissa do filme é original (não o sendo). Flightplan foi o fenómeno marketing de 2005. Pegou na premissa de The Fogotten, na super estrela Jodie Foster, e tentou criar um thriller metafísico claustrofóbico dentro de um avião, cenário que não poderia estar mais na berra. Ora Jodie Foster mais a sua menina embarcam no avião que ela própria desenhou(!). Passado um momento a menina desaparece e a mãe começa a procurá-la sem descanso. Depois dizem à heroína que a sua filha nunca esteve a bordo. E esta é a suposta chave intrigante que levaria Flightplan para êxito de bilheteira. Agora descascando-o: até a menina desaparecer tudo parece estranho, um dramazinho de amor mãe/filha entediante. Quando a miúda desaparece, temos 5 minutos de sorriso na cara (finalmente aquilo que vimos no trailer!) e o que se segue é nada mais nada menos que uma palhaçada dramática, que não deixa de envolver um policia simpático, uma psicóloga e até o comandante muito ocupado do avião. Pergunto-me o que deu na cabeça de Jodie Foster num papel tão insignificante de mãe que procura a filha indo contra todas as regras. O filme ainda tenta dar uma dose de realismo ao ir buscar protocolos de segurança aeronautica, que nada fazem senão por o ignorante espectador a pensar que tudo aquilo é muito sério e real. Ora bem, tudo isto seria (dificilmente) perdoável caso o filme realmente se cingisse a este desaparecimento e loucura mental da mãe. É quando a história dá uma reviravolta inesperada que tudo vai pelo cano abaixo. Toda a trama é explicada por um complot frustrado, forçado e sem qualquer nexo, fazendo Flightplan cair no mesmo patamar que os filmes de acção das tardes de domingo da Tvi, desta feita com uma heroína que cada vez mais se torna cliché no cinema. Porque falo tanto eu no enredo, perguntar-se-ia. É isso que Flightplan ambiciona: criar um enredo inteligente, imersivo e intenso, que acaba por se tornar num circo de emoções e justificações. A realização é mais que vulgar, as actuações são más (apesar dos supostamente bons actores) e o enredo é uma brincadeira. Perdoem-me o comentário pessoal, mas ver este filme realmente me fez pensar como o cinema americano se está cada vez mais a especializar numa máquina de produção de pipocas e batatas fritas, e na negação do cinema como arte de exposição, argumentação e transposição. Um filme a não ver, até porque vê-lo até ao fim não é mais que um acto doloroso e mais que penoso.

Nota: 0/5

Outras Notas:
RMC: 2/5
Pedro Mourão-Ferreira: 1/5

3 comentários:

Anónimo disse...

Este pessoal droga-se LOOOOOOOL

Pedro Mourão-Ferreira disse...

Cachopo, o filme é mauzinho. Má realização, história muito mal contada com a Jodie Foster muito limitada e um tema já muito abordado.

Anónimo disse...

tem os dois razao