terça-feira, 12 de dezembro de 2006

United 93

Título Original: United 93
Título em Português: Voo 93
Realizado por: Paul Greengrass
Actores: Christian Clemenson, Trish Gates, David Alan Basche, Khalid Abdalla, Lewis Alsamari, Omar Berdouni, Jamie Harding
Data: 2006
País de Origem: Estados-Unidos
Duração: 111 minutos
M/12Q
Cor, Som





11 de Setembro de 2001. Duas Torres. Quatro Aviões. Milhares de vítimas. Uma bomba atómica política. Este filme relata o que aconteceu ao único dos predestinados aviões comerciais que não atingiu o propósito dos terroristas que o desviaram, que era atingir a Casa Branca.
Numa sociedade civil pós-11 de Setembro como é a ocidental, filmes, documentários ou reportagens sobre este fatídico dia e todas as suas consequências para o mundo económico e político são normalmente considerados pouco originais. Principalmente se vistos durante ou depois de um 11 de Setembro, data na qual os media entopem as televisões e jornais com temáticas alusivas a este dia.
Na minha opinião, este filme foi contra essa corrente.
Quando o vi no cinema, fui exactamente com essa mentalidade do “mais uma coisa sobre o ataque às torres”, mas fui bastante surpreendido. A vários níveis. Primeiro a história, que começa centrada na entrada dos terroristas disfarçados na aeronave e com o acompanhamento de agências ligadas à defesa nacional e ao tráfego aéreo ao embate dos aviões sequestrados no World Trade Center e no Pentágono. Até aqui tudo normal. Mas o interessante é a emoção com que tudo isto é seguido, transpondo para fora do ecrã todo o stress gerado nas pessoas envolvidas nas entidades acima referidas. Vemos toda a gente a lutar contra uma força imprevisível e invisível, luta essa que já está perdida mal se inicia, pois já é tarde demais. Paralelamente a este plano da história está a calma atmosfera que, não por muito tempo, reina no voo 93. O nervosismo dos terroristas, a tensão suspensa no ar, a rotina de toda uma viagem aérea, com hospedeiras a servir os passageiros, as conversas de circunstância entre estes.
Tudo muda quando um dos jovens árabes monta à volta do seu corpo um engenho explosivo, que pode rebentar a qualquer momento, se o jovem assim o quiser.
Depois de fazer isto, o jovem regressa novamente ao seu lugar, tal como estava dantes. Os seus amigos apercebem-se que agora tudo está pronto para sequestrar o avião. Após algum impasse estes tomam o avião, tal como esperado. E a partir daqui, com este ponto de viragem, desenrolam-se os momentos do filme mais emotivos, comandados pela vontade dos passageiros em derrotar os terroristas e assim salvarem as próprias vidas e pela determinação dos árabes em despenhar o avião no alvo escolhido. Sem menosprezando a maneira como todas as entidades seguem o desenrolar da catástrofe, que está muito bem retratada, com o desespero a revelar-se nas pessoas de formas diferentes, é o choque entre estas duas forças tão poderosas que cativa o espectador durante o restante tempo de filme.
O outro nível que apreciei bastante prende-se com a realização. As cenas dentro do avião, principalmente durante o final do filme, estão sobejamente bem filmadas, de tal forma que somos “engolidos” por este furacão de emoções. Cada movimento dos terroristas, cada conversa dos passageiros nos parece real e, já que se sabe o que aconteceu, o “bichinho” que se vai criando à medida que está cada vez mais perto o sequestro em si é uma das consequências desta boa realização cinematográfica. A mudança rápida de planos, quer no avião, quer em terra, também contribui para o aceleramento do ritmo emotivo da película.

Nota:

Outras notas:
RMC: 3/5

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