domingo, 22 de abril de 2007

Chinpira

Título Original: Chinpira
Título em Português: Two Punks
Realizado por: Shinji Aoyama
Actores: Takao Osawa, Dankan, Reiko Kataoka, Chikako Aoyama, Ryo Ishibashi, Susumu Terajima
Data: 1996
País de Origem: Japão
Duração: 101 min.
M/16
Cor, Som









Chinpira - filme juvenil - representa um período experimental na obra de Shinji Aoyama. Este é o seu segundo filme e, de uma forma muito amadora, tenta-se aqui imitar o género de yakuzas. Género esse que, a partir dos anos 90, ganhava outros contornos com as figuras de Takashi Miike ou Takeshi Kitano. E, por essa mesma razão, Chinpira tem muitos suspiros miike(anos) e kita(nescos), se os copia ou se os homenageia, cabe ao espectador tirar a sua elacção. Porém, embora a narrativa represente, como já se afirmou, um breve déja vú à estética dos filmes de yakuza modernos, o filme ainda tem algumas imagens de marca de Aoyama. Imagens essas que viriam a ser desenvolvidas mais tarde - veja-se os planos longos e demorados, numa perspectiva estética, ou os jovens perdidos num lugar estranho, numa leitura temática- em filmes como Yûreka (Eureka) ou Eli, Eli, lema sabachthani? (My God, My God, Why Hast Thou Forsaken me?).
Tal como em Kids Return de Kitano - executado no mesmo ano - este Two Punks conta de uma forma muito imatura e selvagem, a mesma ordem de acções: dois amigos iniciados num mundo adulto, desconexos da realidade, e submetidos a uma vida de yakuzas. Porém aqui - e ao contrário de Kids Return - tenta-se fazer, no final, uma apologia da amizade e da sua vida privada (relembre-se que no filme de Kitano, havia muito pouco de privado, visto que os jovens eram constantemente controlados ou então banidos). É precisamente por isso, que Two Punks não augura nada de novo na cena do cinema. Tal como Aoyama afirmou: "vejam este filme de um tipo que tinha, na altura, ideias fixas." Chinpira é, infelizmente, demasiado imaturo e simplista, no entanto, consegue ter alguns pequenos momentos engraçados e curiosos. Engraçados porque, no meio de tanta desorganização, consegue transmitir uma evolução positiva à história, e curiosos pois, a última cena, além de estar magistralmente bem filmada, vale o filme todo.

Nota: 1/5

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