segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Let Me In

Titulo Original: Let Me In
Titulo Português: Deixa-me Entrar
Realizador: Matt Reeves
Actores: Kodi Smit-McPhee, Chloe Moretz, Richard Jenkins, Elias Koteas, Dylan Minnette
Data: 2010
País de Origem: Reino Unido/Estados Unidos
Duração: 116 mins
M/12Q
Cor e Som










Let Me In, como muitos leitores já devem saber por ser o factor que é mais abordado nas críticas a este filme, de Matt Reeves é um remake do filme sueco Let The Right One In. Não vi a versão original do filme que segundo aquilo que li e escutei se pauta pela qualidade. Diz também a critica, e citando Jorge Mourinha do Público (o único critico que se dá ao respeito no referido jornal) "Deixa-me Entrar" é, paradoxo dos paradoxos, um óptimo filme inútil. A "remake" americana do excelente filme homónimo do sueco Tomas Alfredson sobre a amizade entre um miúdo solitário e uma menina vampira é um objecto feito com gosto, cuidado, inteligência e enorme respeito pelo original.". Ora se isto é verdade, e sendo esta opinião corroborada por muitos outros, nada mais tenho a dizer quanto ao facto de este ser um remake, visto que desconheço a versão sueca.
Irei portanto opinar acerca do filme Let Me In, de Matt Reeves, independentemente de ser remake ou não, pois pelos vistos é a reprodução exacta e cuidadosa do original. O realizador que me perdoe pois realmente ele não é o verdadeiro autor do lixo que aqui se apresenta, estava simplesmente a ganhar uns trocos como bom profissional executando o que já havia sido feito; realizador que, diga-se de passagem, me impressionou e muito com Cloverfield.
A película trata da amizade entre um miudo com cerca de 12 anos (Kodi Smit-McPhee) que é maltratado na escola por miudos mais velhos e uma miuda, aparentemente da mesma idade, mas que é vampira (imagine-se!), que se torna sua vizinha juntamente com o pai. O motivo de como se tornou vampira nunca é revelado, nem se conhece qualquer background desta personagem, ela simplesmente o é, no entanto não sou um espectador sedento de respostas e explicações pelo que isso não me afecta. Também não me afecta um filme com um ritmo lento, antes pelo contrário. Afectam-me sim argumentos pretenciosos que pegando em clichés e, porque não, na vaga de moda vampiresca que já é quase virus (qualquer dia somos mesmo todos vampiros), o tentam fazer com um estilo supostamente original, não o sendo. Todo o argumento é um misto de andar para trás e para a frente com o miúdo a ser maltratado pelos grandes, a pequena vampira a atacar pessoas inocentes de forma selvagem, um romance infantil muito bonito entre os dois (apesar da menina ser afinal um menino) e por fim o miudo a ganhar coragem para enfrentar os maus que o chateiam na escola. Durante isto anda um policia meio careca de óculos à procura da menina e do pai, porque se há vampiro há gente a morrer para que o vampiro possa beber. Vou ser frontal, o pretenciosismo do filme deu-me vontade de gritar com o écran do cinema e de sair de rompante da sala, mas aí perderia a razão, como disse a professora do menino quando ele deu com um pau na cabeça do menino grande. É puramente idiota e custa-nos a aceitar cenas aterradoras em que o miudo que é realmente mais que indefeso é perseguido pelos grandes que lhe fazem wedgies e lhe dão pontapés. O problema é que não temos pena do miúdo, temos pena é da situação em si, de passarmos no total meia hora de filme a ver bullys a chatearem o pequeno e a imaginarmos que poderia ser o nosso irmão mais novo. Quanto à personagem de Owen, podem-lhe puxar as cuecas à vontade. E existe uma justificação para isso: é impossivel simpatizar com alguma destas personagens. O filme preocupa-se tanto em dar uma caracterização anti-hollywood às suas personagens que nem o raio do policia está a salvo do seu look alternativo. E porquê nunca mostrar a cara da mãe do miudo? Não há qualquer justificação! Apenas a sede de tentar dar um cunho de autor ao filme. Matt Reeves fez o que tinha a fazer. Não desgraçou ainda mais o filme, mas também nada podia ser feito para salvar um filme que seria impossivel salvar. Em pratos limpos é uma história de amor impossivel disfarçada com muitos clichés apresentados de forma pretenciosa e alternativa com personagens detestáveis das quais é impossivel sentir pena.
Uma espécie de Babel para crianças mas sem ser para crianças, um filme que se consome tentando ser tudo não sendo nada.
Um dos filmes mais dolorosos e penosos a que já assisti. Um encadeamento de cenas detestáveis, de diálogos pseudo-lovecraftianos. O sub-género terror assenta-lhe bem, mas as únicas vezes que saltei da cadeira foi para arranjar posição para ver este tormento até ao fim. O sentimento que resta não tem como não ser ódio.

Nota: 0/5

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