Red Eye

Título Original: Red Eye
Título Português: Red Eye
Realizado por: Wes Craven
Actores: Rachel McAdams, Cillian Murphy
Data: 2005
País de origem: Estados Unidos
Duração: 85 mins
M/12Q
Cor e Som

Wes Craven, já meu conhecido por inúmeros filmes de terror de qualidade duvidosa, tem em Red Eye de 2005 mais um filme que se acrescenta ao seu rol de filmes impróprios para cardíacos, mas que acaba por não ser tão impróprio assim. Wes Craven é considerado por muitos como um dos génios do cinema de terror, muito devido à personagem Freddy Krueger de Nightmare on Elm Street. No entanto, apesar de os seus filmes (o original The Hills Have Eyes, Scream..) terem ajudado a definir o género, a verdade é que a sua qualidade não é de facto nada acima da média, antes pelo contrário. Desta forma Red Eye, apesar de ser apenas um bom filme, apresenta-se como um dos seus melhores registos. Após um trailer que prometia muitíssimo, o filme acaba por não se revelar tão surpreendente assim. No entanto está bem realizado e consegue obter um nivel de suspense considerável por não ter tempos mortos. Só existem dois problemas: a história é bastante desinteressante e não existe nenhum clímax que nos faça sorrir de felicidade por um filme ainda nos conseguir surpreender. Red Eye opta antes por um suspense contínuo que nos tenta surpreender de poucos em poucos minutos. Só que poucas vezes resulta. A história é a de uma gerente de hóteis, Lisa (Rachel McAdams) que vai num avião para Miami e lá é chatageada e perseguida por uma espécie de assassino chamado Jackson Rippner (Cillian Murphy). E o enredo não vai mais mais além além disto. Ambos os actores estão bastante bem, embora se note a superioridade de Cillian Murphy que mais uma vez se confirma como um dos melhores actores desta nova geração. Todavia nenhum deles atinge o patamar da excelência, também porque as personagens não dão para isso. O que falta a este filme é talvez uma ponta de suspense mais adulto, que aumente a faixa etária aconselhável e faça assim com que o filme seja mais surpreendente e chiocante, que afinal de contas é aquilo que se pede. Por fim gostaria apenas de destacar esta nova tendência dos filmes de terror e dos thrillers norte-americanos que consiste em atribuir o papel de personagem principal a uma personagem feminina, como é o caso da quase totalidade dos filmes do género actualmente. Falo, por exemplo, de Red Eye, House of Wax, Cativeiro, Sei o que fizeste no Verão Passado, Scream, etc, etc, etc, numa lista sem fim. Este pormenor tem passado ao lado da maioria do público, mas será esta a nova fórmula para o sucesso do género? Isto é, atribuir o protagonismo ao vulgarmente considerado sexo fraco, com a pretensão de dar mais suspense por as mulheres serem mais frágeis? Ou talvez o objectivo seja simplesmente de puxar o público feminino das comédias românticas para o thriller de terror, género considerado dos "rapagões". Voltando a Red Eye, falta-lhe trabalho de personagens (Lisa e Jackson são as únics com relevância), um enredo mais complexo, e pormenor, muito mais pormenor. Um filme que se perde por ser tão minimalista. Ainda não é desta que Wes Craven nos surpreende.

Nota:

Outras Notas:
RMC: