domingo, 29 de abril de 2007

The Number 23

Título Original: The Number 23
Título em Português: Número 23
Realizado por: Joel Schumacher
Actores: Jim Carrey, Virginia Madsen, Rhona Mitra, Logan Lerman
Data: 2007
País de Origem: Estados Unidos
Duração: 95 minutos
M/16Q
Cor, Som









Há filmes que valem mesmo a pena. Acho que para esta crítica ser feita decentemente, teria que postar aqui o próprio filme, para que se pudesse ver o que eu testemunhei. As expectativas que tinha para o filme eram altas. Jim Carrey, um dos meus preferidos, e desta vez a fazer um papel sério, era o principal factor atractivo. Apenas o pormenor de eu não ser um grande apreciador de filmes de terror, que é o rótulo que este filme tem, me fez por momentos hesitar na escolha do mesmo.
O genérico do filme, apesar de um pouco longo de mais, está interessante. Temos um papel comum, adornado de manchas de sangue, com palavras e números escritos à máquina de escrever, relativos a inúmeros acontecimentos mais ou menos conhecidos mundialmente, em que o número 23 está sempre no centro das atenções, sempre implicado de alguma forma; tudo acompanhado discretamente do nome dos participantes.
A história é sobre um homem que trabalha num canil e que, num seu aniversário, é lhe oferecido pela mulher um livro de capa vermelha chamado “Número 23”. O livro tem um aspecto meio tosco e está escrito à máquina. A personagem principal, que nesta altura funciona também como narrador, explica que esta prenda da mulher não foi completamente ocasional. Tudo se deu por causa de um cão vadio que Walter, o protagonista, teve que apanhar, num restaurante chinês, e pela demorada perseguição que este efectuou ao animal, que o fez atrasar para ir buscar a mulher, Agatha, que para fazer tempo entrou numa pequena livraria, encontrando o dito livro. Adiante na história, tudo começa quando o personagem principal começa a ler a tal obra, escrita por um Topsy Kretts, e repara na estranha coincidência entre as personagens, locais e acontecimentos do livro e a sua própria vida em criança. Para ajudar, a obsessão pelo número 23 no livro é aplicada, por Walter, à realidade, e com sucesso, pois ele começa a encontrar o malfadado número em cada pedaço da sua vida, por mais pequeno que seja. No seu nome, no seu aniversário, na data em que conheceu a mulher, em tudo. O filho, Robin, e a mulher inicialmente não o levam a sério, mas depois deixam-se render às evidências e tentam ajudar Walter a não endoidecer, pois a sua obsessão pelo número e pela tentativa de encontrar a sua origem – leia-se o autor do livro – começa a ocupar todo o seu tempo e da sua família próxima. Walter vê realmente o número em todo o lado, e deixa de ser perceptível a diferença entre realidade e paranóia, apesar de existir uma forte inclinação para a primeira das opções. A partir daqui, não poderei contar mais, apesar de ser contra a minha vontade. O desenrolar da história é um aumento exponencial da obsessão, misturado com acontecimentos completamente inesperados, envolvendo todos os personagens do filme, sem excepção, ligando-os numa teia gigantesca cuja origem está no número 23. Quase que parece que todos, sem excepção, contribuíram para as coincidências, as semelhanças e os factos inerentes ao número. O número é omnipresente, o número controla, o número domina. O número é um deus. O final da história não me deixou surpreendido, nem embasbacado, nada disso. Foi algo ainda mais forte. Há filmes que têm finais surpreendentes mas que acabam por não ter uma ligação lógica com o resto da história, o que não acontece neste caso, onde o final não lembra a ninguém mas faz todo o sentido. E que sentido.
Uma palavra quanto à realização, que está muito boa na transição entre o mundo real e o mundo da história do livro, sendo que as atmosferas são bem diferenciadas. Os pesadelos e a própria obsessão de Walter, adornados com planos rápidos, em flash, cortantes, também são bons. Já Jim Carrey está muito bom, como era de esperar, sendo o actor polivalente que é, não o vou estar a descrever mais que isto porque já o fiz anteriormente. Em jeito de conclusão, apenas digo que o rótulo de terror colocado ao filme não é o mesmo tipo do que, por exemplo, Hostel. O terror nesta película está completamente presente na obsessão apresentada, que a certa altura começa a afectar psicologicamente o espectador. É um grande filme, com um grande final, deixando o espectador a pensar várias horas depois de o ter visto.

Nota:


Outras Notas:
David Bernardino: 2/5
RMC: 2/5
Pedro Mourão-Ferreira: 3/5

2 comentários:

Anónimo disse...

5/10 no maximo...

Anónimo disse...

concordo com o anónimo anterior. apesar de gostar de ver Jim Carrey neste papel, não acho que este filme tenha um argumento e um desenrolar de acção que o transforme em algo especial. em minha opiniao trata-se de um filme de media qualidade.