domingo, 13 de maio de 2007

Breach

Título Original: Breach
Título em Português: Quebra de Confiança
Realizado por: Billy Ray
Actores: Chris Cooper, Ryan Phillippe, Laura Linney, Caroline Dhavernas
Data: 2007
País de Origem: EUA
Duração: 110 minutos
M/12Q
Cor, Som







Mais um filme sobre o FBI e todo o americanismo que ele envolve. Filmes de espiões, que vêm desenterrar os restos da guerra-fria, deixaram de ser originais. Visto que este tema já está tão batido, o realizador e/ou quem esteve responsável pelo conceito desta película decidiram apostar na forma como o apresentaram. Quebra de Confiança não tem explosões, tiros desnecessários, mortes sangrentíssimas nem outro qualquer tipo de fogo de artifício hollywoodesco. Apenas, em última análise, uma metáfora à própria guerra fria, que era um conflito que na realidade não acontecia, mas que podia rebentar a qualquer segundo.
A história é real e conta o desmascaramento do caso mais grave de espionagem de sempre da história dos EUA. Um novato é contratado, pelos seus hábeis conhecimentos informáticos, para investigar a existência de eventual material sexual que Robert Hanssen, detentor de um alto cargo no Bureau, ande a divulgar pelo mesmo, o que representa uma situação embaraçosa para esta instituição, caso este perversão se saiba publicamente. O recém integrado no FBI, Eric O’Neill, aproxima-se de Hanssen, profissionalmente e também fora do trabalho, convivendo com a sua família, ele, e a mulher, Juliana. Com o tempo, Eric vai-se apercebendo que ou o estão a enganar sobre quem é Hanssen, na medida em que ele não detecta no seu superior sinais de qualquer tipo de perversão, ou mesmo outros defeitos, tirando alguma arrogância, e o respeito e admiração pelo mesmo vai crescendo, ou Hanssen é um grande fingidor. Kate Burroughs, a sua oficial superior – a quem deve entregar todos os relatórios sobre a rotina de Robert – explica-lhe o verdadeiro motivo pelo qual o contrataram para aquele papel, e nessa altura Eric fica a perceber porque é que nem à própria mulher pode falar dos pormenores íntimos de Hanssen.
Tal como em “The Queen” ou mesmo “Departed”, já sabemos o que vai acontecer, interessa saber como. Além disso, as características das personagens é algo que não é descurado. Robert Hanssen é intensamente estudado, mostrando a sua religiosidade, a sua fé, a sua arrogância, mas também o seu, apesar de pouco frequente, sentido de ajuda. Eric não é muito aprofundado, exceptuando os problemas que este caso provoca na sua relação conjugal. Mas é em Robert que está todo o interesse, pois adivinhamos todos os seus pensamentos sem ele os proferir ou os demonstrar a alguém. De destaque neste filme é também a calma que reina durante a maior parte dele. O limite do moderadamente tranquilo nunca é ultrapassado, desde à rotina de Eric no emprego às bonitas paisagens de alguns parques que aparecem no filme. A acrescentar, sobre um filme que não é excepcional mas que consegue ser diferente, é também a actuação de Chris Cooper, fazendo de Robert, que consegue passar para o espectador o turbilhão constante de pensamentos dentro da cabeça do mesmo. Com poucas falas, conseguimos perceber a personagem pelas atitudes e pelas reacções. Um filme agradável e relativamente calmo, não mais que isso.

Nota: 2/5

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