quinta-feira, 16 de julho de 2009

The Curious Case of Benjamin Button

Título Original: The Curious Case of Benjamin Button
Título em Português: O Curioso Caso de Benjamin Button
Realizado por: David Fincher
Actores: Brad Pitt, Cate Blanchett, Taraji P. Henson, Tilda Swinton, Julia Ormond, Jason Flemyng, Mahershalalhashbaz Ali, Elias Koteas, Jared Harris
Data: 2008
País de Origem: EUA
Duração: 166 min.
M12Q
Cor, Som







Tal como a história do filme, os direitos de produção e a escolha dos actores principais foi complicada e longa. Começa na década de 70 quando Ray Stark comprou os direitos da história e pretendia que fosse Jack Nicholson o escolhido para o papel de Benjamin, mais tarde em 1990 seria a vez de Spielberg comprar os direitos e escolher o “senhor cientologia”, Tom Cruise, para o papel principal. Oito anos depois Ron Howard foi escolhido para realizar o filme com John travolta no papel principal, mas acabou por ser David Fincher em 2005 a ser o designado para realizar o filme, tendo Brad Pitt acabado por ser eleito. Só referir que Rachel Weisz foi a primeira opção para a personagem que veio a ser interpretada por Cate Blanchett.
Tal como nos filmes de Tim Burton, este é um daqueles filmes que vive muito da capacidade que cada um tem para imaginar um mundo completamente diferente e fantástico, um mundo onde o impossível parece ser uma constante, onde a fantasia parece estar presente em cada pedaço de ar, em cada pedaço da nossa natureza. David Fincher, (Alien3, Se7ven, Fight Club, Panic Room e Zodiac), conseguiu fazer com este filme, o que um Spielberg e um Ron Howard não eram capazes, tornou-o numa história sem caprichos do realizador e sem toques de pretensiosismo.
A história do filme, é contada através da leitura de um diário por parte de uma mulher que está no hospital ao lado da sua mãe que está a morrer.
A história de Benjamin começa no final da primeira guerra mundial, um bebé que nasce com todas as características de um idoso de 80 anos, e que estaria destinado a morrer. O seu crescimento é feito ao contrário, vai ficando mais novo, e vemos um rapaz de 7 anos preso num corpo velho a brincar, mas ao mesmo tempo a familiarizar-se com a morte, com o sentimento de perda e com a estranha sensação de curiosidade típica de um “jovem” da sua idade. Lidar com algo tão familiar, torna-se cada vez mais pesado, e com a perspectiva numa fase mais avançada da história Benjamin abandona a sua família e vai viajar, para voltar um adolescente e voltando outra vez mais tarde uma “criança que não se lembra de quem foi, mas que tem a noção que teve uma longa vida”. Todos sabemos que Benjamin irá morrer novo, mas só tomamos essa consciência quando ele é mesmo uma criança, porque estamos tão fascinados com o seu crescimento “ao contrário” que esta ideia só nos atinge no final e de uma forma brusca quando vemos uma Daisy velha a tomar conta de um Benjamin criança. De uma forma tão brusca porque, apesar de ser tudo fruto da infinita criatividade da mente humana, percebemos ou pelo menos tentamos perceber o estranho e o complexo que será para alguém viver tudo no sentido oposto ao nosso. O final apesar de não fugir muito ao que se espera está bem conseguindo, terminando a história de uma forma inteligente, e que de outra maneira poderia ser um bocado saloia e desnecessária.
Para esta história ser de facto fantástica precisava de uma grande dedicação de todos e foi isso que aconteceu, começando pelos efeitos especiais e pela maquilhagem que estavam soberbos, até ao tempo que Brad Pitt passou no estúdio sentando num banco a fazer expressões faciais para tornar o velho Benjamin credível. Foi sem dúvida um dos pontos fortes do filme, juntando a isto a cooperação com a Levis para aprofundar a qualidade do guarda-roupa reproduzindo fielmente a roupa da época. A nível de música, a banda sonora, parece-me bastante enquadrada estando sempre à altura das situações, tal como a fotografia que está brilhante. E muito disso vive este filme de enorme qualidade de fotografia e de caracterização.
Mas nem tudo é um mar de rosas, Benjamin Button tem o seu ponto fraco, a enormidade de horas que o filme tem, e que pode tornar algo monótona a evolução da história. Apesar do que se possa dizer, penso que o facto de ser o espectador a ter que fazer a conta das idades, é que mantém a mística do filme também intacta. Brad Pitt mais uma vez interpreta um papel como nos habitou, não sendo demasiado overacting, utilizando toda a experiencia que adquiriu e o facto de ter já trabalhado com David Fincher ajudou neste aspecto.
Considero que mais uma vez a Academia, só olhou para o toquezinho no coração, sendo Slumdog Millionaire o grande vencedor, com actuações medíocres e com uma história fantoche. Sem tirar mérito ao grande realizador Danny Boyle, Slumdog Millionaire, e atrevo-me a dizer, é uma ilusão de qualidade, que se esconde por detrás de uma historiazita que pretende ter tiques de grandeza e de pretensiosismo, que Hollywood tanto adora. Serviu para a América mostrar com toda a sua hipocrisia que se preocupa com problemas sociais. Ao contrário de Slumdog, Benjamin Button é um balão cheio de ar. POUPEM-NOS!

Nota:

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