quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Takeshi Kitano














Nome:
Takeshi Kitano
Profissão: Realizador, Actor, Pintor, Escritor, Argumentista
Data de Nascimento: 18 Janeiro de 1947
Naturalidade: Japão
Filmografia:
Sono Otoko Kyobo Ni Tsuki (1989)
3-4x juugatsu (1990)
Ano Natsu, ichiban Shizukana umi (1991)
Sonatine (1993)
Minnâ-Yatteruka! (1995)
Kids Return (1996)
Hana-Bi (1997)
Kikujiro No Natsû (1999)
Brother (2000)
Dolls (2002)
Zatôichi (2003)
Takeshis' (2005)
Kantokû, Banzai (2007)
Achilles to Kame (2008)

Takeshi Kitano, prolífero artista japonês, simboliza, primeiramente,no cinema a nova esperança nipónica de um novo mestre realizador, enquanto que na sociedade escolhe a máscara sorridente do cómico para apontar e gracejar com as regras e os códicos de conduta do Japão.
Sublime nessa arte visual do século XX , Takeshi Kitano é no cinema algo nunca visto: inventa um estilo próprio na senda dos melhores realizadores, porém na representação é leve no seu rosto de criancisse mas brutal no toque desumano e violento que leva à cena nas suas melhores películas.
Estreia-se com Sono Otoko Kyobo Ni Tsuki e prossegue com 3-4X10Jugatsu, e nestes dois filmes os temas obsessivos e as imagens de marca de um cinema puro de auteur estão já bem demarcadas: a praia, o mar, a apatia, a simplicidade das narrativas, a divisão do mundo em infantilidade (amor) e idade adulta (violência e absurdo); imagens que iriam ser totalmente desenvolvidas poeticamente nas suas obras pilares: Sonatine e Hana-Bi.
O desconcerto do mundo - unindo o absurdo à violência e à comédia - são os fundamentos de uma nova visão deste, talvez com um travo à Beckett no que respeita o humor negro ou ridículo.
Em Takeshi Kitano temos sempre o tema da dualidade contraditória e paradoxal : a flor e o fogo, o riso e o murro, a vida e a morte, o alegre e o triste entre muitos outros. A escolha de uma linguagem visual e bela que nos resgata tocando; com a ternura de Nishi em Hana-Bi ou, de uma forma alternativa, Aniki no Sonatine; também nos ajuda a perceber as relações do indíviduo para o mundo e do mundo para o indivíduo que este homem e artista nos quer dar.
Após o sucesso de Hana-Bi, ecoando de Veneza o Leão de Ouro vencedor, Kitano entrou numa fase experimental: com Kikujiro pretende brindar Sonatine e Kids Return, com Brother tenta experimentar um novo registo e dar-se a conhecer melhor ao Ocidente, com Dolls recuperar o seu estilo de Ano Natsu, Ichiban Shizukana Umi e finalmente com Zatôichi tenta alcançar o estatuto de realizador por encomenda. Experiencia, diga-se, falhada; Kitano após Zatôichi é o Kitano após Sonatine. Em breve, se prepara para lançar uma bomba suicidal cinematográfica, como já tinha lançado com Minnâ-Yatteruka! uns anos antes. O filme chama-se Takeshis' e enquadra na vida do realizador (algo que Felini tinha feito em 8 1/2) a metáfora perfeita para o mundo do cinema, da realização, da sociedade, dos sonhos e das desavenças da vida etc. Refira-se que Takeshis', filme tão avant-garde, incompreendido no nosso tempo - como o foi no Festival de Veneza de 2005 - merece mais atenção por parte dos cinéfilos. Presenciamos uma obra única no cinema. A realização e a montagem estão salientes e plenamente maduros na cinematografia deste realizador de carreira jovem. Esperemos ansiosamente pelas próximas obras , sem não deixar de observar que Kitano se afigura não só como um dos melhores realizadores nipónicos mas também mundiais.

3 comentários:

Pedro Mourão-Ferreira disse...

Excelente crítica. Takeshi Kitano é sem dúvida um dos melhores realizadores do cinema contemporâneo. O cinema dele aprende-se. Continua assim Patrício.

Anónimo disse...

ganda maluco o kitas

Anónimo disse...

Vi ha pouco tempo o Zatôichi e tenho de confessar que nao me desiludiu nada. Foi o primeiro filme dele que vi e e sem duvida que vou investigar o restante trabalho na esperança de encontrar melhor tal como voces dizem aqui