terça-feira, 20 de março de 2007

Final Fantasy VII - Advent Children

Titulo Original: Final Fantasy VII - Advent Children
Titulo Português:
Final Fantasy VII - Advent Children
Realizado por:
Tetsuya Nomura
Vozes:
Takahiro Sakurai, Ayumi Ito, Shotaro Morikubo
Data:
2005
País de Origem:
Japão
Duração:
101 mins
M/12

Cor e Som












Em primeiro lugar gostaria de expor uma opinião ou teoria, como lhe quiserem chamar, que tem a ver com a prestação de actores num filme de animação e num filme normal. Final Fantasy VII - Advent Children é um filme de animação por computador, onde só a mestria com que se parece com a realidade é suficiente. É também um filme de acção na sua quase totalidade, sendo a principal queixa do público quanto a este filme a seguinte: existe muito pouco enredo, é só pancadaria! Não será então legítimo dizer que para expôr enredos existem actores e fazem-se filmes com a mestria desses actores para interpretar personagens? Então porquê exigir enredo num filme de animação? Desenhos não são actores, são personagens criadas que se comportam exactamente como o autor do filme bem entender. Dessa forma, e ainda por cima com a magistralidade com que este Advent Children o faz, não deverá a animação tentar fazer aquilo que é impossivel fazer com actores a sério? Ou seja, não poderá um filme como este abster-se um pouco do enredo para apresentar ao espectador cenas trepidantes de acção, capazes de deixar Matrix a um canto? Assim sendo observamos o homem a recorrer à tecnologia informática para fazer um filme com cenas de acção tão intensas como nunca antes foi viste, nem em filmes como o já referido Matrix. Consigo portanto olhar para a cena de 45 minutos de acção imparável deste filme não como exagerada mas como a melhor cena de acção que já tive o prazer de presenciar, e para isso devemos agradecer aos computador, não?
Apesar de tudo Advent Children tem um enredo bastante bom, não derivasse ele do enredo daquele que eu considero o melhor videojogo de sempre, Final Fantasy VII. Aliás para os maiores fans deste jogo, e ao mesmo tempo o público para quem este filme é dirigido, já tiveram 40 horas de exposição de enredo, pelo que ver um filme tão intenso como este e tão bem feito é para eles um fantástico deleite, tal como para mim foi. Afinal as principais personagens de Advent Children eram há 10 anos em Final Fantasy VII meros blocos com pernas que falavam usando balões de fala. Mas continuando. O enredo de Advent Children conta-nos como Cloud (Takahiro Sakurai) juntamente com os seus companheiros do jogo (embora estes tenham muito menor importância) se desembaraça de uma nova ameaça: 3 avatares de Sephiroth, o mítico vilão de Final Fantasy VII. Estes avatares liderados por Kadaj (Shotaro Morikubo) procuram as restantes células de Jénova, um ser extraterrestre cujas células extremamente poderosas serviram para criar Sephiroth, o derradeiro guerreiro, e anos mais tarde mais clones ainda sendo Cloud um deles apesar de ter sido considerado uma experiência falhada. Temos ainda algumas recordações de Cloud ao longo das cenas de acção mas explicá-las aqui seria demasiado complicado para quem não seguiu o jogo. E por aqui me fico no enredo.
Tecnicamente penso que não existe um filme igual a Advent Children. As suas imagens geradas por computador são de um realismo estrondoso, e por vezes chegamos a confundi-las com a realidade tal não é a sua perfeição. A esse nível o filme é perfeito. Todas as luzes e sombras, pormenores faciais, areias, águas, cabelos, tudo está feito na perfeição. Se este não fosse um filme de animação diria que a sua filmagem é excelente, neste caso digo que os planos utilizados para mostrar a acção estão excepcionalmente bem escolhidos e são usados de forma a tornar a acção ainda mais frenética, com sucessivas mudanças de plano quase em flash que por vezes nos deixam boquabertos. Aliás todas as cenas de acção são tão grandiosas que nos deixam boquiabertos. Outro pormenor bastante importante é o facto dos acontecimentos do filme serem todos apresentados com muita sobriedade. Num filme comum de acção o herói seria uma personagem cheia de estilo e confiança, que teria uma namorada que acabava por beijar no final do filme e o vilão seria feio e odioso, e nós nunca gostaríamos dele. Neste Advent Children o herói é um maniaco-depressivo que vive no constantemente no passado, não existe qualquer cena amorosa, e o vilão (Kadaj) é até bastante interessante, quer pela sua riqueza psicológica quer pela forma extremamente humana com que reage ao longo do filme. Aliás à primeira vista nem diríamos que é um vilão. O trabalho de vozes é também muito bom sem qualquer ponto a acrescentar.
Para finalizar, Advent Children é um filme que tecnicamente está bastante superior a filmes da Pixar como Carros ou Nemo, destacando-se como o melhor que já vi. As cenas de acção são também as mais alucinantes de que me recordo, não tendo par nem mesmo em Dragon Ball. Em termos de enredo é apenas algo que complementa o jogo mas que não deixa de estar bem estruturado nem de ser apresentado de forma compreensível, apenas não é original, nem poderia ser sendo a continuação de um jogo. Um filme de animação algo adulto, talvez o melhor de sempre. Só lhe falta aquela magia e originalidade da Disney.

Nota:


Outras Notas:
Pedro Mourão-Ferreira: 3/5

1 comentário:

Anónimo disse...

concordo perfeitamente! ta bem visto e é referido tudo o k é fundamental. tambem acho k o importante neste filme ñ é o enredo mas acção. faz mais destas criticas porque vais longe!!!